Entre os adversários de Marília Arraes, uma bolsa de apostas se dava, até o momento, dando conta de que o candidato do PSB ao Palácio das Princesas, Danilo Cabral, usaria seu largo tempo de TV para disparar de forma mais intensa contra a postulante do Solidariedade. Mas o tom mais duro do socialista na direção dela só foi adotado do último final de semana para cá. Em outras palavras, os candidatos que concorrem com Marília andaram evitando gastar o pouco tempo de TV para mirar nela.
Uma mudança nessa estratégia passa, agora, a ser alvo de estudo de algumas das campanhas. Em outras palavras, com Marília se mantendo na liderança com vantagem considerável e com os demais brigando pela segunda colocação, há, agora, quem julgue ser preciso desidratá-la. Se Marília se mostra firme na primeira colocação, Raquel Lyra, candidata do PSDB, também tem se mantido sólida na segunda colocação, numericamente à frente dos demais.
Com esse desenho, há quem considere as chances de haver um segundo turno só entre mulheres. Há os que calculam que, caso Raquel perca espaço na disputa, o voto dela migraria para Marília e há, de outro lado, agora, quem avalie a hipótese de um voto útil, daqueles que não querem eleger Marília, vir a beneficiar a candidata tucana. Raquel Lyra, por sua vez, também não partiu ainda para um confronto mais duro com Marília Arraes, mas, na campanha dela, já se anotou que o vídeo no qual ela convoca a candidata do Solidariedade e a critica por não ir aos debates teve ressonância grande.
Ou seja: ser mais incisiva na direção de Marília é um caminho em análise. Com a tendência de mudança, aferida em pesquisas, se apresentando, inclusive de mudança de gênero, a campanha de Raquel Lyra trabalha com a hipótese de um 2º turno entre mulheres e isso pode levar a uma mudança de estratégia nos próximos dias. Anderson Ferreira, Danilo Cabral e Miguel Coelho também brigam pela segunda colocação. O QG de Raquel pode passar a investir na tese do “voto útil” no sentido de trabalhar por um 2º turno entre mulheres.
Embate no 7 de Setembro
A menos de um mês do 1º turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro discursou para dezenas de milhares de apoiadores na orla de Copacabana, nesta quarta (07), e em Brasília, onde foi aplaudido por uma multidão. Mas as comemorações do 7 de setembro acabaram rendendo um embate dos candidatos à Presidência da República. Se o chefe do Planalto pediu voto, sustentou coro de “imbrochável” e sugeriu comparações entre as primeiras-damas, Simone Tebet, em seu Twitter, reagiu: “Vergonhoso e patético! No dia da Independência do Brasil, o Presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada”.
Sina amarelo > Ciro Gomes, por sua vez, falou em “medo do que ia acontecer” no bicentenário da Independência. Informou ter organizado uma “rede da legalidade” e uma “resistência” para eventuais atitudes mais violentas, mas disse ter terminado o dia com “alívio” por ter ouvido a fala de Bolsonaro sem que o ato descambasse para violência. No entanto, apontou “falta de honra, de compostura, de vergonha”. Atacado por Bolsonaro, Lula reagiu dizendo que ele precisar explicar “como é que a família juntou R$ 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis”.
Lá e Lô > O crescimento de Teresa Leitão (de 15% para 24%) na pesquisa Ipec, encomendada pela Globo e divulgada nesta terça (05), sinaliza para o resultado do apelo de Lula. Na Frente Popular, se acende o sinal amarelo para uma perspectiva que já preocupava: a de que Teresa na vaga do Senado geraria o voto “lá e lô”, que seria Marília Arraes para governo e a petista para senadora. pon
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo