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Caminhada dos Terreiros de Pernambuco chega à 16ª edição em defesa da democracia e do Estado laico

Abrindo o Mês da Consciência Negra, diversos segmentos da sociedade se juntaram, na tarde desta terça-feira (1º), para celebrar a 16ª Caminhada dos Terreiros de Pernambuco.

Com dez homenageados e sob o lema “Eu sou porque somos”, a edição deste ano tem como objetivo reafirmar o valor da democracia e do Estado laico, além de reverenciar coletivos e pessoas que atuam na preservação das tradições afro-brasileiras.

Por volta das 14h, grupos religiosos de matrizes indígena e africana e movimentos sociais começaram a se concentrar na alameda da avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, para a caminhada em direção ao Pátio de São Pedro, em São José.

Além das celebrações, o público foi convocado a doar alimentos não perecíveis para a população em situação de vulnerabilidade.

“Esta data é importante porque, com o novo governo eleito, nós esperamos mais políticas de combate à intolerância religiosa e um apoio institucional maior. É muito importante a gente reforçar o estado laico. Até porque nesse estado a gente respeita o católico, o evangélico e, inclusive, o ateu”, defendeu o coordenador da Caminhada, Pai Edson Axé.

A celebração teve início com a entrega das homenagens e um canto de louvou a Exu. Ao todo, são dez homenageados, incluindo grupos e personalidades: Maracatu Baque Mulher, Afoxé Ará Ode, Coco da Umbigada, Caboclinho 7 Flexas, Pai Jeremias, Pai Zé Carlos Ogun (in memoriam), Chopelly Santos, Pai Lula do Balé, Pai Cícero e Ogã Imazil.

Coordenadora da Associação de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), Chopelly Santos considera importante a homenagem.

“Eram as religiões de matriz africana que acolhiam as travestis. Eram as portas dos terreiros que se abriam para as meninas ficarem. Então hoje não é uma homenagem só a uma pessoa trans, mas a todo o povo trans e travesti, sendo reconhecido dentro do terreiro pelo povo de matriz africana”, afirmou.

Pouco antes das 16h30, os participantes saíram pela Avenida Marquês de Olinda no sentido da ponte Maurício de Nassau, que dá acesso ao bairro de São José, onde a caminhada se encerra com um ritual da jurema.

Ao longo do percurso, foram entoados cantos em reverência aos orixás. À frente da multidão, um grupo de mulheres com flores nas mãos e trajes brancos cantavam e dançavam em meio ao público.

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