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A partir da próxima terça-feira (8), os principais judocas com deficiência visual do planeta estarão frente a frente no Campeonato Mundial da modalidade, em Baku (Azerbaijão). O torneio abre o ranking de classificação à Paralimpíada de Paris (França), no ano que vem. Além disso, será a primeira vez, na história do evento, que atletas cegos e com baixa visão competirão separadamente. Aqueles que nada enxergam estão na classe J1. Os demais, que conseguem ter percepção de vultos e definição de imagem, ficam na classe J2.
A divisão possibilitou o surgimento de caras novas, como Rosicleide Andrade, lutadora da classe J1, no peso até 48 quilos. Aos 24 anos, a potiguar, que nasceu de seis meses, pesando 900 gramas e tem como deficiência a retinopatia da prematuridade, chegou agora à seleção brasileira, cinco anos após ser vice-campeã nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens. O incentivo da mãe a manteve firme de lá para cá.
Arthur Cavalcante também é cego. Ele teve retinose pigmentar aos dois anos e perdeu completamente a visão aos 18. Potiguar como Rosicleide, o judoca é experiente. Tem 30 anos, sendo 15 de carreira e boa parte na seleção adulta. Em 2021, bateu na trave na luta pelo bronze na Paralimpíada de Tóquio (Japão), onde enfrentou rivais com menor grau de comprometimento visual. Nesta temporada, encarando adversários cegos como ele, Arthur ainda não perdeu e lidera o ranking da categoria até 90 quilos da classe J1. Fase que passa, também, pelo nascimento da filha, Laura, de seis meses.
O Brasil liderou o quadro de medalhas em todos os torneios internacionais que disputou em 2022, o que aumenta a expectativa sobre o grupo treinado por Jaime Bragança. A seleção terá 21 judocas em Baku. O melhor resultado individual do país em um Mundial foi o ouro da paulista Alana Maldonado, na última edição, em 2018, na cidade de Odivelas (Portugal). Quatro anos antes, em Colorado Springs (Estados Unidos), o time masculino foi ao topo na competição por equipes.
Fonte: Agência Brasil
