Legisladora e ex-membro do Parlamento afegão da província de Jowzjan, no norte do país, Halima Sadaf Karimi é uma política com muitos anos de experiência.
Ela foi uma das quase 70 mulheres parlamentares em seu país, e a única mulher da minoria uzbeque no Parlamento, onde lutou para ampliar os direitos de sua comunidade. Ela é formada em ciência política e economia. Ativista importante pelos direitos das mulheres, Sadaf Karimi foi alvo de diversas ameaças do Talebã e teve que se mudar muitas vezes.
Em 2020, seu irmão mais novo, um estudante universitário, foi morto pelas forças do Talebã.
*Regimes egoístas sempre enfrentam falhas precoces. Minha esperança é que as mulheres afegãs obtenham seus direitos humanos por meio da partipação (política, cultural, econômica e social) e, ao fazer isso, vão prevenir uma crise humanitária.
Com uma carreira de mais de duas décadas, já esteve até na disputa pelo Oscar. Produtora e diretora, Roya Sadat foi a primeira mulher diretora a surgir na era Talebã e seus filmes representam as vozes das mulheres afegãs, assim como suas vidas e restrições impostas a elas.
Seu filme A Letter to the President, de 2017, foi o candidato afegão na categoria de melhor filme estrangeiro na 90ª edição do Oscar.
Sadat é presidente e co-fundadora da ROYA Film House, uma produtora independente de filmes. Ela criou ainda o International Women’s Film Festival, do qual também é presidente.
*Durante os 5 primeiros anos sob o Talebã, eu esperava que isso acabaria e os portões da minha escola se abririam novamente para mim. Hoje, eu ainda acredito que a voz da liberdade, do povo, vai vencer.
Como regente da Zohra, primeira orquestra feminina do Afeganistão, Shogufa Safi lidera um grupo de músicos de 13 a 20 anos, alguns dos quais órfãos ou oriundos de lares pobres.
Com o nome de uma deusa persa da música, o conjunto Zohra toca uma mistura da música clássica tradicional afegã com a ocidental, atuando em palcos nacionais e internacionais desde 2014.
O Talebã fechou o Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM), onde Safi costumava praticar. Depois de conseguir escapar para Doha, ela e alguns colegas — que tiveram que deixar seus instrumentos para trás no Afeganistão — anseiam por tocar juntos novamente.
*A esperança nunca falha. Mesmo em total escuridão, acredito que meu bastão será um farol de esperança e luz para o Afeganistão.
Uma das muitas jovens que queriam jogar futebol no Afeganistão, mas que não pode mais fazê-lo sob o regime do Talebã. Sahar jogou nos últimos anos em time local e conheceu muitos amigos pela prática do esporte.
Quando o Talebã tomou o poder neste ano, ela se escondeu com a família e logo depois se mudou para outro país.
Ela ainda teme por suas colegas jogadoras que ficaram no país, mas espera poder realizar seu sonho de voltar a um campo de futebol.
*Eu quero continuar minha educação e tentar ao máximo fazer meus gols para deixar minha família e eu mesma orgulhosos de minhas conquistas. Eu quero ser bem-sucedida para que ninguém possa dizer que garotas não podem jogar futebol.
O perfil viral do Instagram e o site Everyone’s Invited, uma plataforma para sobreviventes de abuso sexual, foram fundados por Soma Sara em junho de 2020. O espaço está aberto para que as vítimas compartilhem anonimamente depoimentos de agressão sexual, com o objetivo de denunciar o sexismo e erradicar a ‘cultura do estupro’ nas escolas e universidades do Reino Unido.
O projeto já coletou mais de 50 mil histórias desde que começou, ganhando destaque após o assassinato de Sarah Everard, que foi sequestrada em uma rua de Londres em março de 2021.
Soma espera expandir o foco de sua campanha para além das instituições acadêmicas, no intuito de combater uma cultura mais ampla de misoginia.
*Quero que o mundo ouça, apoie e acredite nas sobreviventes de violência sexual.
Após 26 anos em exílio nos EUA, Mahbouba Seraj retornou ao Afeganistão em 2003 e, desde então, co-fundou e liderou uma série de organizações que lutam pelos direitos das mulheres e crianças — incluindo a bastante consolidada Rede de Mulheres Afegãs (AWN), uma pedra angular do recente movimento de mulheres do país.
Ela dedicou sua vida a empoderar vítimas de violência doméstica, lutando pela saúde e educação das crianças, e lutando contra a corrupção. Quando o Talebã voltou ao poder em agosto de 2021, ela permaneceu com seu povo e corajosamente declarou as preocupações das mulheres afegãs na mídia local e internacional.
A revista TIME a escolheu como uma das “100 pessoas mais influentes de 2021”.
*A paz é o meu desejo principal para o meu país. Não quero ver a expressão de terror nos olhos de minhas irmãs e filhas por um futuro desconhecido que as espera. Basta!
Autora turco-britânica premiada e defensora dos direitos das mulheres e LGBTQ .
Elif Shafak publicou 19 livros, incluindo 10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, que foi indicado para o Booker Prize, e The Forty Rules of Love (“As 40 regras do amor”, em tradução literal), escolhido pela BBC como um dos “100 romances que moldaram nosso mundo”. Seu trabalho foi traduzido para mais de 50 idiomas.
Shafak tem doutorado em Ciência Política e deu aula em universidades na Turquia, nos Estados Unidos e no Reino Unido. Em 2021, ela recebeu o Prêmio Literário Internacional Halldór Laxness por sua contribuição para “a renovação da arte de contar histórias”.
*Oriente e Ocidente em todos os lugares, estamos em uma grande encruzilhada. O velho mundo não existe mais — em vez de tentarmos voltar, podemos construir um mundo melhor e mais justo em que ninguém é deixado para trás.
Uma das repórteres mais conhecidas do Afeganistão, Anisa Shaheed cobriu histórias sobre abusos dos direitos humanos, política e corrupção por mais de uma década. Ela trabalhava para a TOLO News, um dos canais mais influentes do país, que cobria os acontecimentos in loco.
Shaheed recebeu ameaças diretas por ser mulher e jornalista, e teve que fugir após a tomada do poder pelo Talebã em agosto. Em 2020, a organização Repórteres Sem Fronteiras reconheceu seu relato ‘corajoso’ durante a pandemia de coronavírus.
Em 2021, ela foi escolhida jornalista do ano e ‘o rosto da liberdade de expressão’ pela rede afegã Free Speech Hub.
*No ápice do desalojamento e desespero, espero ver o Afeganistão em paz. Espero ver mulheres e meninas sorrindo. E espero poder voltar à minha terra natal, minha casa e meu trabalho.
Ela se tornou a primeira mulher arquidiácona de origem negra ou de minoria étnica da Igreja Anglicana da Inglaterra em 2013. Agora, uma sacerdotisa anglicana aposentada e professora de escola, Mina Smallman tem feito campanha para tornar as ruas do Reino Unido mais seguras e reformar a polícia.
Duas de suas filhas foram assassinadas em 2020: Nicole Smallman e Bibaa Henry foram esfaqueadas por um homem de 19 anos em um parque de Londres. Smallman criticou a forma como a polícia lidou com o registro inicial de pessoas desaparecidas e disse que suas duas filhas podem ter sido vítimas de ‘discriminação racial’ e ‘classismo’.
Ela afirma que perdoou o assassino das filhas: “Quando temos ódio por alguém, não é apenas a pessoa que é mantida prisioneira, é você, porque seus pensamentos são consumidos pela vingança. Me recuso a dar esse poder a ele”.
*Como professora e sacerdotisa, dediquei minha vida a criar meninos e meninas que as pessoas menosprezavam. Estou pedindo a cada um de vocês para se manifestar quando presenciarem uma discriminação. Nós podemos mudar.
A artista polonesa Barbara Smolińska é uma desenhista e fabricante de bonecas, criando bonecos de bebê que podem ser usados como auxílio terapêutico. Os “bonecos renascidos” hiper-realistas ajudam algumas mulheres a processar um aborto espontâneo ou a perda de um filho e, para outras, a lidar com problemas de ansiedade, depressão e fertilidade.
Ex-música, ela tem formação profissional em cosmetologia e é a fundadora de sua empresa, a Reborn Sugar Babies. Suas bonecas feitas à mão têm sido usadas em filmes e na formação de médicos, enfermeiras e parteiras em instituições médicas.
Smolińska é apaixonada pela sua arte e acredita que as suas criações dão esperança às mulheres, da mesma forma que melhoram a sua saúde mental.
*Gostaria que as pessoas fossem mais empáticas, mais abertas e tolerantes com o diferente, como é o caso da terapia das bonecas renascidas, que podem ajudar tantas mulheres.
Após ter sido presa pela junta militar que governa Mianmar, Ein Soe May (nome fictício) continuou detida por seis meses até ser liberada recentemente por anisitia aprovada. Ela ficou detida na preisão Insein, um dos vários centros militares de interrogatório. Ela disse que o período em que ficou na prisão foi extremamente difícil. Ela disse que sofreu tortura física e mental na prisão.
A jovem ativista tem se envolvido em atividades e campanhas de base desde seus dias de estudante. Após o golpe militar em 1º de fevereiro, Soe May tornou-se parte de um movimento de oposição ativa aos militares do país, incluindo o protesto de ‘potes e panelas’ em fevereiro e a ‘greve do silêncio’ no final de março.
Soe May retomou suas atividades políticas desde que foi solta.
*Se ao menos o mundo pudesse ser reiniciado… Queremos superar a epidemia com sucesso e construir uma sociedade pacífica. Esperamos que todas as ditaduras do mundo sejam derrubadas e que uma democracia verdadeira e pacífica seja estabelecida.
Na The SAFE Alliance em Austin, no Texas, a diretora de Estratégias Públicas Piper Stege Nelson trabalha para engajar a comunidade no sentido de impedir o abuso infantil, a agressão sexual, a violência doméstica e o tráfico sexual.
A organização aconselha jovens vítimas de estupro que não têm mais acesso aos serviços de aborto, já que uma nova lei estadual proíbe a interrupção da gestação depois de seis semanas de gravidez.
Stege Nelson dedicou sua vida à promoção dos direitos de meninas e mulheres. Ela trabalhou com a iniciativa Let Girls Learn, de Michelle Obama, e para a Annie’s List, um comitê de ação política dedicado a aumentar o número e o sucesso das mulheres na política.
*A Covid-19 já redefiniu a mudança social — as pessoas se sentem empoderadas para falar sobre o que é importante. O desafio agora é educar cada homem, mulher e criança sobre a importância da autonomia corporal e consentimento.
Após começar a escalar montanhas como hobby em 2019, Fatima Sultani transformou em missão pessoal despertar o interesse de meninas pelo montanhismo.
Ela fez história quando, aos 18 anos de idade, subiu ao topo da montanha Noshakh — a 7.492m, o pico da cordilheira Hindu Kush é o mais alto do Afeganistão — tornando-se a mulher mais jovem a fazer isso. Ela é parte de uma equipe de nove jovens alpinistas afegãos, sendo três mulheres.
Esportista dedicada, Sultani integra a seleção nacional de boxe, taekwondo e jiu jitsu há 7 anos.
*Mulheres afegãs têm lutado por sua liberdade e direitos há 20 anos. Elas escalaram altas montanhas e fizeram seus próprios nomes. Eu espero que elas sejam livres para escalar montanhas novamente, dentro e fora do país.
Uma artista e food designer, cujo trabalho explora as escolhas de estilo de vida que fazemos, especialmente em termos da nossa relação moderna com a comida.
Nascida na China, Adelaide Lala Tam se tornou mais tarde residente permanente em Hong Kong e atualmente vive e trabalha na Holanda. Sua arte analisa criticamente a produção industrial de alimentos e incita os consumidores a reavaliar o que comem e sua própria responsabilidade na produção dos mesmos.
Em 2018, ganhou tanto o prêmio do júri quanto do público no Future Food Design Awards, com uma instalação multimídia refletindo o processo de abate de vacas. Ela é uma das ‘50 Next’ de 2021, uma lista que destaca as pessoas que moldam o futuro da gastronomia.
*O mundo mudou muito em 2021, agora quero que o mundo tenha mais empatia pelo que comemos e como isso vem para a mesa.
A freira católica se tornou um símbolo dos protestos de Mianmar após o golpe militar, quando se ajoelhou na frente da polícia para salvar os manifestantes que se abrigavam em sua igreja.
A foto dela com os braços abertos em frente a policiais fortemente armados viralizou nas redes sociais em março de 2021 e ganhou elogios generalizados.
A irmã Ann Rose Nu Tawng falou abertamente sobre proteger os civis, especialmente as crianças. Ela tem formação de parteira e levou uma vida de dedicação ao próximo nos últimos vinte anos, recentemente cuidando de pacientes com Covid-19 no estado de Kachin, em Mianmar.
*Testemunhei com o coração partido o que aconteceu em Mianmar. Se eu pudesse fazer algo, libertaria todas as pessoas detidas nas prisões sem justificativa e tornaria as pessoas iguais sem qualquer discriminação.
Ela se tornou uma das mais jovens ministras da África, com 23 anos na época de sua nomeação, no ano passado. Emma Inamutila Theofelus é membro do parlamento e vice-ministra de Tecnologia da Informação e Comunicação, encarregada de liderar os esforços de comunicação oficiais sobre a pandemia de Covid-19.
Antes disso, ela foi uma jovem ativista que fazia campanha pela igualdade de gênero, direitos das crianças e desenvolvimento sustentável, palestrante no Parlamento da Juventude e prefeita da cidade de Windhoek, onde nasceu.
Theofelus é graduada em direito pela Universidade da Namíbia e possui um diploma em Feminismo Africano e Estudos de Gênero pela Universidade da África do Sul.
*O mundo pode ser reiniciado por meio da aceleração: precisamos acelerar a implementação de todos os planos que estão em andamento há anos. Não há tempo a perder. Na verdade, nosso tempo esgotou.
Ela é a fundadora da startup afegã de tecnologia Ehtesab, cujo primeiro produto é um aplicativo que envia alertas de segurança, energia e trânsito em tempo real aos moradores de Cabul. O aplicativo se provou fundamental ao fornecer aos afegãos informações sobre a natureza e a extensão do perigo em seu entorno, compartilhando informações confiáveis sobre ataques com dispositivos explosivos improvisados, linchamentos públicos e invasões a domicílios.
Em 2022, Sara Wahedi espera lançar uma ferramento de alerta por SMS, permitindo assim que moradores de áreas rurais tenham acesso ao serviço.
A empresária de tecnologia integra a lista de ‘Líderes da próxima geração’, da revista Time Magazine de 2021, e hoje estuda direitos humanos e ciência de dados na Universidade Columbia.
*É inevitável que os afegãos se levantem em uníssono, exigindo eleições livres e justas e ajam para reconstruir nosso país. Para chegar lá, é fundamental o ativismo resiliente na luta por educação e saúde universais para meninas e meninos.
Uma proeminente designer de vestidos de noiva que está na vanguarda da moda desde os anos 1970, Vera Ellen Wang expandiu seus negócios para incluir fragrâncias, publicações, design de interiores e muito mais.
Ela nasceu em Nova York, filha de pais chineses, e foi editora de moda da Vogue e depois diretora de design da Ralph Lauren. Também é uma talentosa patinadora artística e competiu profissionalmente na adolescência.
Ela é membro do renomado Council of Fashion Designers of America, que a nomeou Designer de Moda Feminina do Ano em 2005.
*Somos todos vulneráveis às mesmas coisas. Quanto mais cedo todos nós pudermos trabalhar juntos para tentar salvar o planeta — e de uma forma mais intelectual e existencial, as nossas vidas —, melhor.
Oriunda de uma vila remota da China, a premiada cineasta Nanfu Wang atualmente vive e trabalha nos EUA.
Seu filme de estreia, Hooligan Sparrow (2016), disputou o Oscar de melhor documentário. Ela também dirigiu One Child Nation (2019) e In the Same Breath (2021), que analisa como os governos da China e dos EUA reagiram à pandemia de Covid-19.
Wang teve uma infância pobre, mas possui três diplomas de mestrado em universidades de Xangai, Ohio e Nova York. Recebeu o MacArthur Genius Grant em 2020 por ‘criar estudos de personagem intimistas que examinam o impacto da governança autoritária, corrupção e falta de prestação de contas’.
*O mundo inteiro parece ansioso para retomar um sentimento de normalidade, mas as circunstâncias que consideramos normais foram as responsáveis pela crise que estamos vivendo agora.
Ex-membro do Parlamento e ginecologista especializada, a dra. Roshanak Wardak prestou atendimento médico a mulheres por mais de 25 anos, trabalhando até durante a primeira passagem do Talebã no poder como a única médica em sua província natal, Maidan Wardak.
Após a queda do Talebã em 2001, ela se tornou membro do Parlamento. Mas seu distrito está sob controle do Talebã há 15 anos e, como muitas áreas rurais, viu combates violentos envolvendo as forças da Otan.
Ela disse à BBC que a tomada do poder pelo Talebã e o fim da guerra pareciam ‘um sonho’. ‘Eu estava esperando por este dia para remover essas pessoas corruptas do poder’, disse ela. Mas recentemente ela está focada em tentar reabrir escolas, e as promessas quebradas do Talebã a tornaram uma defensora pública da educação para meninas.
*Minha única esperança é que o Afeganistão responsabilize os líderes do governo dos últimos 40 anos por suas ações contra a nação.
A voz de Fa Mulan nos filmes de animação Mulan (1998) e Mulan 2: A Lenda Continua (2004), Ming-Na Wen também estrelou o popular seriado médico americano ER e Inconceivable, uma das poucas produções de televisão dos EUA com uma asiática-americana no papel principal.
Atualmente ela interpreta Fennec Shand na série de sucesso da Disney The Mandalorian e também aparecerá na próxima série, The Book of Boba Fett. Em 2019, Ming-Na foi nomeada uma lenda da Disney.
Ela vai ganhar uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2022.
*Reiniciar não é uma opção real, então por que se preocupar em voltar? Acredito que tudo acontece por um motivo. Cada novo dia é um recomeço. Então viva o dia de hoje com gratidão.
Megaestrela de Hollywood: atriz, escritora, produtora e diretora
— e formada em direito. Sua carreira de atriz começou nos palcos de Sydney, onde muitas vezes escreveu seus próprios trabalhos, e ficou conhecida na comédia australiana antes de se mudar para os Estados Unidos em 2010.
Para sua estreia em Hollywood, ela se juntou ao elenco da comédia Missão Madrinha de Casamento. Teve ainda um papel no filme indicado ao Oscar Jojo Rabbit, mas talvez seja mais conhecida como Fat Amy na trilogia musical A Escolha Perfeita (o segundo filme da trilogia se tornou a comédia musical de maior bilheteria de todos os tempos quando foi lançado em 2015).
Em 2022, Wilson vai dirigir seu primeiro longa-metragem.
*Diversidade, respeito e inclusão devem ser inegociáveis em todas as áreas da vida.
Yaqoobi e seu marido, que são cegos, fundaram a Rahyab Organisation para fornecer educação e reabilitação a pessoas cegas no Afeganistão. A ativista de direitos humanos Benafsha Yaqoobi também atuou na comissão independente de direitos humanos no país, com foco na educação de crianças cegas.
Após a tomada do poder pelo Talebã, ela foi forçada a deixar o país, mas continua sendo uma voz na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, que ela teme serem discriminados pelo Talebã.
Acessibilidade e discriminação continuam sendo problemas sérios no Afeganistão, que tem uma das maiores populações per capita de pessoas com deficiência do mundo, em parte por causa de décadas de conflitos.
*Se há alguma esperança, verei meu país novamente com muito mais liberdade e inclusão para que todos nós afegãos trabalhemos pelo seu desenvolvimento.
Mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai é uma ativista pela educação de meninas do Paquistão e Mensageira da Paz da ONU. Ela defende o direito das garotas à educação desde que tinha 11 anos.
Malala começou seu ativismo por meio de um blog para a BBC, onde contava sobre como era viver sob o domínio do Talebã no Paquistão e a proibição de meninas frequentarem a escola. Em outubro de 2012, um homem armado embarcou no ônibus em que estava, procurando por ela e atirou em sua cabeça.
Após sua recuperação, continuou seu trabalho como co-fundadora do Fundo Malala, sem fins lucrativos, construindo um mundo onde todas as meninas podem aprender e liderar sem medo.
*Centenas de milhares de meninas estão fora da escola hoje. Quero ver um mundo onde todas as meninas possam ter acesso a 12 anos de educação gratuita, segura e de qualidade. Onde todas as meninas possam aprender e liderar.
Ela foi forçada a deixar a Rússia depois das reações negativas à sua participação em um anúncio de supermercado que apresentava sua família em uma celebração do orgulho gay, em agosto passado. Psicoterapeuta e ativista LGBTQ , ela mora atualmente na Espanha.
Yuma (que pediu para manter seu sobrenome em sigilo) se tornou uma ativista depois que a Rússia aprovou uma lei sobre “propaganda gay” em 2013, que proibia “a promoção de relações sexuais não tradicionais para menores”.
Ela oferece assistência psicológica a pessoas LGBT da Chechênia que afirmam ter sido torturadas pela polícia russa em 2017-2018. Também apoia festivais e eventos LGBT na Rússia.
*O isolamento forçado mostrou como os relacionamentos íntimos são importantes. Faz sentido ver o que estamos fazendo no mundo que gostaríamos de fazer por nossos entes queridos.
Primeira subchefe mulher do Departamento de Investigação Criminal da polícia na província de Khost, no Afeganistão, região cada vez mais desestabilizada pela atuação de grupos rebeldes. A segundo-tenente Zala Zazai está entre os quase 4 mil policiais que receberam treinamento profissional da academia de polícia da Turquia.
Em seu trabalho, ela enfrentou tanto intimidação de seus colegas homens quanto ameaças de morte de rebeldes.
Após a tomada do Afeganistão pelo Talebã em 2021, Zazai foi obrigada a fugir de seu país. Ela se preocupa, desde então, com a segurança de outras mulheres policiais forçadas a se esconder no Afeganistão.
*Meu sonho no futuro é voltar a usar meu uniforme, desafiando a sociedade tradicional patriarcal. Quero trabalhar para mulheres afegãs em um lugar remoto, onde mulheres não têm direito de trabalhar.
Como foram escolhidas as 100 mulheres?
A equipe do projeto da BBC 100 Women elaborou uma lista com base em nomes reunidos por elas e sugeridos pelas equipes de idiomas do Serviço Mundial da BBC. Procuramos candidatas que chegaram às manchetes ou influenciaram histórias importantes nos últimos 12 meses, bem como aquelas que têm histórias inspiradoras para contar, conquistaram algo significativo ou influenciaram suas sociedades de maneiras que não necessariamente virariam notícia.
O conjunto de nomes foi então avaliado em relação ao tema deste ano — mulheres que estão tentando fazer um ‘reset’ (reiniciar), desempenhando sua parte para reinventar nosso mundo depois que a pandemia forçou muitas de nós a reavaliar a maneira como vivemos. Também foi avaliada a representação regional e devida imparcialidade, antes que os nomes finais fossem escolhidos.
Este ano, a iniciativa BBC 100 Women tomou a decisão sem precedentes de dedicar metade da lista a mulheres de um país – o Afeganistão. Os recentes acontecimentos no país ganharam as manchetes e deixaram milhões de afegãos questionando seu futuro, enquanto grupos de direitos humanos se manifestaram temendo que a liberdade das mulheres pudesse ser corroída em um futuro previsível sob o Talebã.
Ao dedicar metade da lista às mulheres que são de lá ou trabalham no país, queríamos destacar quantas dessas mulheres foram forçadas a desaparecer das áreas da vida pública, bem como compartilhar a voz de quem está sendo cada vez mais silenciada ou que faz parte de uma nova diáspora afegã.
Em 3 de dezembro, o Talebã emitiu um decreto em nome de seu líder supremo instruindo os ministérios “a tomar medidas sérias” sobre os direitos das mulheres. O decreto estabelece as regras que regem o casamento e a propriedade das mulheres, afirmando que as mulheres não devem ser forçadas ao casamento e não devem ser vistas como “propriedade”. Mas esta declaração foi criticada por não mencionar a educação secundária das meninas e os direitos restritos das mulheres ao emprego.
Algumas das mulheres afegãs da lista são anônimas para protegê-las e às suas famílias, com seu consentimento e seguindo todas as políticas editoriais e diretrizes de segurança da BBC.
Créditos
Produzido e editado por Valeria Perasso, Amelia Butterly, Lara Owen, Georgina Pearce, Kawoon Khamoosh, Haniya Ali, Mark Shea. Editora da BBC 100 Women: Claire Williams. Produção por Paul Sargeant, Philippa Joy, Ana Lucía González. Desenvolvimento por Ayu Widyaningsih Idjaja, Alexander Ivanov. Design por Debie Loizou, Zoe Bartholemew. Ilustrações por Jilla Dastmalchi.
Direitos autorais das fotos: Fadil Berisha, Gerwin Polu/Talamua Media, Gregg DeGuire/Getty Images, Netflix, Manny Jefferson, University College London (UCL), Zuno Photography, Brian Mwando, S.H. Raihan, CAMGEW, Ferhat Elik, Chloé Desnoyers, Reuters, Boudewijn Bollmann, Imran Karim Khattak/RedOn Films, Patrick Dowse, Kate Warren, Sherridon Poyer, Fondo Semillas, Magnificent Lenses Limited, Darcy Hemley, Ray Ryan Photography Tuam, Carla Policella/Ministry of Women, Gender and Diversity (Argentina), Matías Salazar, Acumen Pictures, Mercia Windwaai, Carlos Orsi/Questão de Ciência, Yuriy Ogarkov, Setiz/@setiz, Made Antarawan, Peter Hurley, Jason Bell, University of Sheffield Hallam, Caroline Mardok, Emad Mankusa, David M. Benett/Getty, East West Institute Flickr Gallery, Rashed Lovaan, Abdullah Rafiq, RFH, Jenny Lewis, Ram Parkash Studio, Oslo Freedom Forum, Kiana Hayeri/Malala Fund, Fatima Hasani, Nasrin Raofi, Mohammad Anwar Danishyar, Sophie Sheinwald, Payez Jahanbeen, James Batten.
O que é o 100 Women?
BBC 100 Women aponta 100 mulheres influentes e inspiradoras em todo o mundo todos os anos. Criamos documentários, reportagens e entrevistas sobre suas vidas — histórias que colocam as mulheres no centro.
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