As fotos de natimortos que ajudam mães no luto: ‘É tudo que tenho dela’

Alerta: Essa reportagem contém depoimentos e imagens que podem sensibilizar ou entristecer.

No Reino Unido, a prática de tirar fotos de bebês que nascem mortos, para oferecer às mães, virou orientação oficial em vários hospitais públicos.

A psicóloga Daniela Bittar, especializada em luto materno, explica que o contato da mãe com o bebê e o acesso a fotos dele são importantes para processar a perda.

A perda dessa criança também pode provocar dor intensa no parceiro, que acompanhou a gestação da mulher. Mas ainda sim, a conexão física torna a experiência da mãe única, segundo Bittar.

Ela explica que, no Brasil, muitas pessoas e até médicos obstetras acham, por desconhecimento, que o melhor para amenizar a dor de uma mãe que perde o bebê ao nascer é limitar o contato dela com o filho que partiu.

No choque, muitas mulheres não querem ver o corpo e seguem o conselho dos médicos, de não segurarem o bebê. Mas, depois, essa ausência de despedida dificulta o processo de elaboração do luto, diz a psicóloga.

As fotos ajudam a mulher que, no choque da perda não quis ver o filho, a se despedir posteriormente e a reconhecer a existência daquele filho, diz Bittar.

Neste vídeo, nossa repórter Nathalia Passarinho conta a história da brasileira Sara Tonkin, que viveu essa perda com o marido no Reino Unido, onde vivem.

Sara conta como as fotos da filha a ajudaram a enfrentar o luto. Assista e confira.