Um coração destinado a uma mulher de 46 anos que tinha quadro de insuficiência cardíaca e estava há dois meses na fila de espera por um transplante foi transportado de helicóptero de Caruaru, no Agreste Central de Pernambuco, ao Recife, no domingo (26).
A ação foi feita de forma integrada entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O voo pela vida durou 35 minutos em um percurso que levaria cerca de duas horas por via terrestre. O Hospital Regional do Agreste, de Caruaru, responsável pela captação do órgão, disse que o procedimento, considerado de alta complexidade, deve ser feito em até quatro horas após a retirada, para evitar riscos de infecção.
O coração foi transportado dentro de uma caixa térmica. Todo o procedimento foi acompanhado por dois médicos, que garantiram a conservação do órgão até seu destino.
O coração saiu de Caruaru por volta das 17h35 e chegou ao campo do Derby, na área central do Recife, de onde foi transportado de ambulância e chegou preservado ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).
O coração era de um homem de 39 anos, que era doador de órgãos. “A captação só foi possível graças à autorização da família do doador, que sofreu acidente de trânsito. A vítima teve morte encefálica confirmada nesse domingo e, prontamente, a família teve a sensibilidade de dizer sim para a doação e poder salvar outras vidas”, pontua a coordenadora da Central de Transplantes Macrorregional Caruaru, Raianne Monteiro.
“É importante destacar o trabalho de toda a equipe do HRA que se empenhou para realizar a captação, desde o diagnóstico da morte encefálica do paciente até a sensibilização da família em relação à doação”, ressalta a diretora geral do HRA, Guacyra Pires.
Em nota, o Imip informou que o transplante cardíaco foi realizado com sucesso. “A paciente encontra-se na UTI, estável e com evolução satisfatória”, disse o hospital.
Também foram captados rins, fígado e córneas. O fígado foi para uma mulher de 40 anos portadora de uma doença genética chamada poliamiloidose. Os rins e as córneas vão para receptores ainda não definidos.
Em Pernambuco, foram realizados 1.375 transplantes em 2022, entre órgãos sólidos e tecidos. Atualmente, o Estado tem 2753 pessoas aguardando um órgão.
Pode ser doador qualquer pessoa que venha a morrer por morte encefálica e que sua família autorize a doação dos órgãos ou tecidos. Algumas poucas doenças, como alguns tipos de câncer e o HIV, impedem a doação. Para doar córneas, o doador pode ter tido morte com coração parado.
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