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Alvo de críticas por sua convocação, Dani Alves coloca à prova seu prestígio no Catar

Sua fama mundial e a galeria pessoal repleta de troféus não foram suficientes para protegê-lo dos ataques causados por sua convocação para defender a seleção brasileira no Catar. Contra todas as probabilidades, Daniel Alves coloca seu prestígio e capacidade de liderança à prova na Copa do Mundo

Nenhum dos 26 convocados por Tite recebeu tantas ‘cornetadas’ no Brasil: de torcedores a medalhões da ‘Amarelinha’, uma das grandes favoritas ao título, muitos criticaram a presença do lateral-direito de 39 anos que não joga desde meados de setembro.

“Ele não está jogando bem há um bom tempo, saiu mal do São Paulo, saiu mal do Barcelona e acabou o campeonato mal no Pumas, no México. Onde está o rendimento? O Tite não deu os critérios para convocar o Daniel Alves, ele deu justificativas. Quando você justifica uma convocação, essa convocação é duvidosa”, disse o ex-atacante Walter Casagrande, que disputou a Copa do Mundo do México-1986, ao programa UOL Notícias Esporte. 

Casagrande resumiu boa parte dos argumentos de muitos críticos contra o eterno lateral, que na Copa do Mundo buscará ampliar sua incrível marca de jogador com mais títulos da história: 43, incluindo o Mundial Sub-20 de 2003.

Apoio total

Desde que deixou o Paris Saint-Germain em junho de 2019, encerrando quase 17 anos de um ciclo na Europa, Alves teve passagens irregulares pelos clubes onde deu continuidade à carreira e notórias ausências na seleção, por lesão ou decisão técnica, incluindo a Copa América em 2021 e os amistosos contra Gana e Tunísia em setembro, o último antes do Catar. 

No Pumas, que defende desde julho, disputou treze jogos, mas em outubro deixou o México em meio a uma polêmica: o elenco mexicano garantiu que ele estava lesionado, depois corrigiu e pediu desculpas ao jogador. 

Ele partiu para o Barcelona para se preparar exclusivamente para o Catar. Lá ele treinou com o segundo time do Barça.

“Ele estava com baixos níveis de potência e força. Isso foi falado a ele. Eu disse que precisava melhorar esses níveis e ele me respondeu: ‘Missão dada, missão a ser cumprida e será cumprida’. Ele é o mesmo Dani Alves que veio conosco em 2022 e nas Olimpíadas de 2021. No aspecto físico, ele se encontra apto”, afirmou Fábio Mahseredjian, preparador físico do Brasil.

Apesar do presente incerto, Tite havia prometido levá-lo à sua última Copa do Mundo – ele ficou de fora do Mundial da Rússia devido a uma lesão no joelho direito – desde que estivesse em boas condições. 

O treinador justificou a convocação de um dos seus quatro capitães, juntamente com Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro, por sua liderança no vestiário, pela força mental e pela riqueza de seu futebol.

“Ele agrega aspectos técnicos e táticos que impressionam, para ser um organizador, um articulador”, acrescentou.

Tite também se defendeu dos questionamentos pela presença de Alves, que começaram a surgir aos montes segundos depois da lista de convocados ter sido revelada, no dia 7 de novembro: “Eu não vim aqui para agradar as pessoas no Twitter, que eu nem sei que percentual do povo brasileiro representa. Eu respeito opiniões divergentes e eu não estou aqui para convencer todas as pessoas”.

Experiência e liderança no vestiário 

Com o apoio irrestrito da comissão técnica, Alves se prepara com os companheiros na cidade italiana de Turim, onde a seleção treina até sábado, quando viaja a Doha para finalizar a estreia no Grupo G, contra a Sérvia, no dia 24 de novembro. Suíça e Camarões serão seus adversários seguintes.

Nos treinos tem mostrado vitalidade de um garoto, inclusive protagonizando entradas preocupantes nos atacantes Pedro e Raphinha que assustaram muita gente. Embora nos dias anteriores à estreia na Copa do Mundo ele tenha recuperado o ritmo, a posição de lateral-direito parece garantida para Danilo. 

Nos amistosos, Tite chegou a testar o zagueiro Éder Militão na lateral. 

O trabalho de Dani Alves, que se entrar em campo se tornará o brasileiro mais velho a disputar uma Copa do Mundo, se concentra então em contagiar a seleção brasileira com sua experiência e temperança. 

“Tite valoriza muito a convivência”, disse o goleiro Weverton ao programa “Bem, Amigos!” do canal SporTV. “Pelo pouco que conheci do Dani Alves, posso dizer que ele é um líder, um cara que cuida bem do vestiário e isso conta muito.”

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Fonte: Folha PE

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