A francesa Stéphanie Frappart será a primeira mulher a apitar um jogo de Copa do Mundo no futebol masculino, na próxima quinta-feira, no duelo pelo Grupo E entre Alemanha e Costa Rica, anunciou nesta terça-feira a Fifa.
Frappart será auxiliada pela brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Díaz Medida para formar o primeiro trio de arbitragem feminino na história dos Mundiais.
As três fazem parte da lista de 36 árbitros que participam do torneio no Catar. Além delas, também representam a equipe feminina no Catar a ruandesa Salima Mukansanga, a japonesa Yoshimi Yamashita (árbitras principais) e a americana Kathryn Nesbitt (auxiliar como Back e Díaz Medina).
Aos 38 anos, Frappart continua no Catar sua ascensão na carreira de árbitra. Ela foi a primeira mulher a apitar na segunda divisão francesa (2014) e em seguida na elite do futebol do país (2019), na Liga dos Campeões da Europa (agosto de 2019) e na final da última Copa da França (dezembro de 2020).
Antes de ser anunciada como a árbitra principal de Alemanha-Costa Rica, a francesa atuou como assistente em dois jogos deste Mundial: México-Polônia e Portugal-Gana.
“A mensagem que lhes passei é que não estão aqui porque são mulheres, mas porque são árbitras da Fifa”, explicou o italiano Pierluigi Collina, presidente do Comitê Mundial de Arbitragem, no início do torneio.
“Sua designação é o resultado de um longo processo iniciado há vários anos, que começou com a nomeação de mulheres em certas competições de base masculinas da Fifa”, disse Collina, esperando que “no futuro a presença de mulheres árbitras nas competições masculinas de alto nível seja considerada como regra, não como exceção”.
A pioneira Bibiana Steinhaus
Encontrar uma mulher dirigindo uma partida de homens em alto nível é um fenômeno recente e pouco habitual.
Nas grandes ligas europeias, a pioneira foi a alemã Bibiana Steinhaus, primeira mulher na Bundesliga, entre 2017 e 2021. Em setembro de 2017, em um Herta Berlim-Werder Bremen, ela foi a primeira mulher da história do futebol a apitar uma partida de primeira divisão profissional na Europa.
Na França, as mulheres árbitras são apenas 4% do contingente total, segundo os números da Federação Francesa de Futebol (FFF).
A ascensão de Frappart representa de alguma forma a realização de uma campanha lançada pela FFF em janeiro de 2019, com um plano de profissionalização das árbitras de elite.
Essa ação contempla “acentuar os recursos humanos e materiais à disposição das árbitras femininas, um reforço de sua renovação e uma evolução do dispositivo compensatório, a fim de garantir as melhores condições do exercício da arbitragem”.
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Fonte: Folha PE