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As ‘caixas pretas’ coletam informações do veículo segundos antes e depois de um acidente

Cada vez mais carros são equipados com um aparelho que é uma caixa-preta como as dos aviões e registra todos os dados importantes ​​em caso de acidente.

Cerca de 99,5% dos veículos novos nos Estados Unidos já têm uma dessas caixas, chamada “event data recorder” (EDR, na sigla em inglês, ou “gravador de dados de incidentes”).

A partir deste mês, a União Europeia obriga todos os carros novos a terem a caixa-preta. O equipamento coleta determinados dados durante os segundos antes e depois de um acidente.

A velocidade, se o motorista acionou o freio, se houve uma falha técnica ou o funcionamento de sistemas de segurança como cintos de segurança ou airbags.

Além disso, pode detectar as condições climáticas no momento e a força do impacto.

A caixa-preta fica presa ao chassi, provavelmente embaixo do banco do motorista, e está conectada à centralina — dispositivo eletrônico que controla diversos aspectos do carro.

Seus dados podem ser obtidos através da porta de acesso OBD (On Board Diagnostics, na sigla em inglês), o sistema de diagnóstico instalado na maioria dos veículos, ou de uma porta no próprio dispositivo.

Esses dados podem ser interpretados para tentar se descobrir as causas de um acidente. Na União Europeia, os dados só serão acessíveis às autoridades competentes.

No Brasil, um projeto de lei obrigando fabricantes de carros a instalarem caixas-pretas foi apresentado em 2018, mas não há previsão para adoção obrigatória da tecnologia.

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Nos Estados Unidos, com exceção de veículos muito antigos, praticamente todos os carros têm caixa-preta, mesmo sem haver nenhuma lei federal que a exija.

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As caixas-pretas são usadas para analisar dados em caso de acidentes de carro

As informações que podem ser obtidas são valiosas e já são usadas com frequência em ações judiciais para se determinar a responsabilidade de um acidente.

O aparelho pode ajudar a entender o que o motorista fez ou se houve alguma falha técnica.

Na União Europeia — onde a medida levou mais tempo para ser aprovada por causa de uma discussão sobre proteção de dados — a lei exige que as informações sejam anônimas e usadas apenas para realizar análises de segurança rodoviária e avaliar a eficácia de medidas específicas adotadas.

Além das caixas-pretas, os novos veículos na Europa também devem incorporar um “limitador de velocidade”, que avisa o motorista quando ele ultrapassa o limite permitido e dificulta o uso do acelerador, embora não o bloqueie.

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A caixa-preta pode detectar se os sistemas de segurança do veículo, como cintos de segurança ou airbags, funcionaram no acidente

O dispositivo está constantemente gravando e excluindo informações. Ele não grava vídeo e nem áudio, ao contrário das caixas-pretas de aviões.

O período de tempo registrado antes e depois do acidente depende da legislação de cada país.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a National Highway Traffic Safety Administration (órgão de trânsito do país) exige cinco segundos de informação antes do acidente. Há discussões para ampliar esse tempo para 20 segundos.

A União Europeia exige 30 segundos antes do acidente e os cinco posteriores.

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