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A morte de Pelé: na última década, Rei passou por inúmeras cirurgias e se recolheu

Pelé foi internado em 31 de agosto de 2021, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para uma série de exames. Durante os procedimentos, descobriu-se um câncer no cólon, retirado dias depois. Desde então, oscilou entre melhoras e pioras do quadro clínico e idas e vindas da internação. Até não resistir às complicações em decorrência da metástase, descoberta em janeiro deste ano, o ex-jogador já havia enfrentado uma série de problemas de saúde na última década. O Rei do futebol faleceu nesta quinta-feira, em São Paulo.

Desde que completou 70 anos, as hospitalizações se tornaram frequentes, gerando temor na família e nos fãs. Pelé realizou duas cirurgias no quadril, de cálculo renal, na próstata e na coluna. Nos últimos anos, vinha tendo dificuldades de locomoção e precisou usar cadeira de rodas ou andador, o que o levou a reduzir as aparições públicas.

Os problemas de mobilidade começaram ainda em 2009, quando Pelé passou a se queixar de dores no quadril e nas pernas. Em 2012, ele colocou uma prótese de titânio e cerâmica entre o fêmur e a bacia para corrigir uma artrose.

Dois anos depois, passou alguns dias internado no Hospital Albert Einstein. Primeiro, fez uma cirurgia para retirada de cálculos renais. No exame de revisão da operação, foi constatada infecção urinária. Pela gravidade da situação, foi transferido para a UTI a fim de fazer hemodiálise.

Na ocasião, Pelé confirmou que havia perdido um rim, perfurado por uma vértebra fraturada quando jogava pelo Santos, na década de 1970. A notícia, até então, nunca fora confirmada por ele ou pessoas próximas.

Em 2015, o Rei passou por um ano difícil. Foram três cirurgias em poucos meses. Em maio, operou a próstata por causa de uma hiperplasia, que o fazia reter mais urina e poderia causar infecções urinárias constantes. No entanto, não foram encontrados tumores malignos. Em julho, ficou uma semana hospitalizado para a descompressão da raiz nervosa da coluna, que limitava os movimentos das pernas. Em dezembro, nos Estados Unidos, passou por cirurgia no quadril para corrigir um deslocamento da prótese colocada em 2012 e também uma fibrose.

Apesar da segunda operação, as dificuldades de locomoção continuaram. Durante a passagem da tocha olímpica, o Rei do Futebol fez apenas uma aparição da janela em Santos, com o objeto nas mãos. Pelé também ficou fora da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Ele era o mais cotado para acender a pira, mas no dia do evento anunciou que não participaria. Ela, então, foi acesa então pelo maratonista Vanderlei Cordeiro.

Nos últimos anos, as aparições públicas de Pelé se tornaram escassas. Assim como as entrevistas. Um dos últimos eventos internacionais com sua presença foi em abril de 2019, quando esteve em Paris para participar de uma promoção com o jogador francês Mbappé. Na ocasião, o ex-jogador precisou ser internado por cinco dias na capital francesa por causa de mais um episódio de infecção urinária. Apesar de não ter sido um caso grave, inspirou cuidados.

No ano passado, o ex-jogador Edinho, seu filho, afirmou que o pai estava depressivo e recluso por causa dos problemas de mobilidade. Porém, o próprio ex-jogador negou que estivesse com quadro de depressão. Mas reconheceu que preferiria não ter de utilizar um andador.

No aniversário de 80 anos, em outubro de 2020, o Rei do Futebol concedeu algumas entrevistas. Mas sempre sentado.

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Fonte: Folha PE

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