Crédito, ROSS BULLIMORE

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A lesma-do-mar possui brânquias com aparência de plumas em um lado do corpo

  • Author, Helen Briggs
  • Role, Correspondente de meio ambiente

Uma nova espécie de lesma-do-mar foi descoberta nas águas do Reino Unido.

Ela foi capturada no sudoeste da Inglaterra por um navio de pesquisa — e recebeu o nome de Pleurobranchaea britannica.

A criatura recém-descoberta pertence a um grupo encontrado em águas mais quentes, que pode estar migrando para o norte devido às mudanças climáticas.

Ross Bullimore, do Centro de Ciência do Meio Ambiente, Alimentação e Aquicultura (CEFAS, na sigla em inglês), fez a descoberta inesperada.

Aproximadamente 100 lesmas-do-mar diferentes são encontradas nas águas da Grã-Bretanha e da Irlanda, mas ele soube imediatamente que se tratava de algo especial.

“Foi como uma lâmpada se acendendo”, diz ele.

Crédito, CEFAS

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A descoberta foi feita a partir do navio de pesquisa Endeavour

Os cientistas afirmam que a descoberta mostra que ainda temos muito a aprender sobre a vida nos mares que banham o Reino Unido, que estão entre os mais bem estudados do mundo.

“Encontrar uma nova espécie que não seja microscópica é bastante emocionante. Mostra que ainda há trabalho a ser feito”, declarou Peter Barry, do CEFAS.

Beleza e variedade

As lesmas-do-mar são um tipo de molusco marinho sem concha, conhecido por sua notável variedade e beleza.

Apesar do tamanho diminuto — chegam a apenas cerca de 5 cm de comprimento —, elas são um predador alfa que ocupa uma posição-chave na cadeia alimentar.

Crédito, Getty Images

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As lesmas-do-mar são conhecidas por sua beleza e variedade

Muitas vezes referidas como “espécies indicadoras”, elas podem ajudar os cientistas a compreender a saúde dos ecossistemas marinhos devido à sua sensibilidade aos impactos das mudanças climáticas e às pressões humanas.

Os membros do grupo ao qual pertence a nova espécie — Pleurobranchaea — são normalmente encontrados no norte de Espanha, no Senegal e em todo o Mar Mediterrâneo.

“Estamos vendo a presença de uma espécie [pertencente a um grupo] que sempre foi registrado em águas mais quentes”, explica Ross Bullimore.

“Isso pode indicar que o que estamos observando é que este grupo de espécies é capaz de expandir ainda mais seu alcance porque as condições estão se tornando mais favoráveis ou mais apropriadas para isso”.

Mas o aumento das temperaturas dos oceanos gera preocupação em relação à vida marinha.

Oceanos mais quentes e ondas de calor incomodam espécies de peixes e baleias — e, à medida que elas se deslocam em busca de águas mais frias, tumultuam a cadeia alimentar.

Especialistas alertam que populações de peixes podem ser afetadas.