Crédito, AFP

Legenda da foto, É a 2ª vez que os restos de Kallio são vistos desde que aldeia foi abandonada há mais de 40 anos

  • Author, Gabriela Pomeroy
  • Role, BBC News

As ruínas de uma vila grega que ficou submersa durante décadas reapareceram depois de temperaturas recordes terem causado a seca parcial de um grande reservatório.

Os moradores da vila de Kallio foram forçados a deixar suas casas há mais de 40 anos para dar lugar à barragem de Mornos, no sul da Grécia, que fornece água à capital, Atenas.

No entanto, as condições de seca nos últimos meses fizeram com que os níveis de água do reservatório caíssem drasticamente – revelando o que restava de várias casas e de uma escola.

Foia segunda vez que a antiga vila foi vista desde que Kallio foi abandonada, segundo um antigo morador. A primeira vez foi na década de 1990, durante outro período de seca.

“Você vê o primeiro andar que resta da casa de dois andares do meu sogro… e ao lado você pode ver o que sobrou da casa dos meus primos”, disse Yorgos Iosifidis, um aposentado de 60 anos que morava em Kallio quando jovem, à agência de notícias AFP.

A aldeia era composta por cerca de 80 casas, uma igreja e uma escola.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Os níveis de água do reservatório de Mornos caíram consideravelmente nos últimos meses devido às condições de seca na Grécia

Queda nos reservatórios

“Se não chover em breve, o nível cairá ainda mais e o problema será mais grave do que era então”, disse Iosifidis.

A Grécia teve neste ano os meses de junho e julho mais quentes já registrados e a operadora estatal de água EYDAP disse que os níveis de água na barragem de Mornos caíram 30%.

Outros reservatórios que fornecem água à região da Ática, que inclui Atenas, também registraram uma queda significativa nos níveis de água.

Com os níveis dos reservatórios baixos, as autoridades gregas pediram que as 3,7 milhões de pessoas que vivem na região para não desperdicem água.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis alertou esta semana que a Grécia precisa fazer mais para proteger os recursos hídricos.

“Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar água… numa época em que sabemos com certeza que teremos menos”, disse ele.