Por Amanda Ibrahim – Hoje Pernambuco
O município de Moreno, localizado na Região Metropolitana do Recife, enfrenta uma crise de segurança sem precedentes. A redução substancial de 95,62% do orçamento destinado à segurança pública, passando de R$ 645.470,87 em 2021 para apenas R$ 28.272,57 em 2023, tem sido apontada como um dos principais fatores para o aumento significativo dos índices de violência na cidade.
Desde o início de sua gestão, o prefeito Edmilson Cupertino optou por reconfigurar as prioridades orçamentárias do município. A decisão de desviar recursos destinados à segurança pública para outras áreas e o enorme aumento no número de eventos culturais e festivos tem gerado intensa crítica e preocupação entre os moradores e especialistas em segurança pública.
Aumento da Violência
Os números não mentem. O índice de crimes violentos, incluindo assaltos, furtos e homicídios, aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. Com menos recursos disponíveis aplicados na área de segurança, as forças de segurança do município estão operando com capacidades reduzidas, afetando diretamente a capacidade de resposta e prevenção da criminalidade.
“Estamos vendo nossa cidade se transformar em um lugar inseguro. A falta de investimentos em segurança deixa a população desprotegida e à mercê dos criminosos,” afirma Maria de Lourdes, moradora de Moreno há 30 anos.
Prioridade para Eventos
Enquanto a segurança pública sofre com a falta de investimentos, o setor de eventos em Moreno tem recebido atenção prioritária da atual gestão. Em um movimento controverso, a administração municipal gastou cerca de R$ 2,6 milhões com empresas de fora da cidade para a realização de eventos culturais.
A escolha de contratar artistas e produtores culturais de fora, em detrimento dos talentos locais, tem sido alvo de severas críticas. A comunidade artística de Moreno se sente desvalorizada e excluída das iniciativas culturais financiadas com recursos públicos.
Críticas e Reações
A gestão do prefeito Edmilson Cupertino enfrenta um coro crescente de críticas. Líderes comunitários, especialistas e moradores expressam indignação e frustração com as prioridades da administração municipal.
“É inadmissível que, em tempos de crise, a gestão não valorize nossa segurança e nossos artistas. Isso mostra um total descompromisso com a nossa comunidade,” ressalta João Silva, líder comunitário local.