- Author, David Gritten
- Role, BBC News
As explosões atingiram uma procissão perto da mesquita Saheb al-Zaman, na cidade de Kerman, no sul do país. Soleimani nasceu na região.
Segundo dados citados pela emissora estatal Irib e atribuídos ao departamento local de serviços de emergência, 103 pessoas morreram e outras 141 ficaram feridas nas explosões. Alguns dos feridos estão em estado crítico.
O vice-governador de Kerman afirmou que se trata de um “ataque terrorista”.
Não está claro quem está por trás das explosões e não houve reivindicações imediatas de autoria por nenhum grupo.
Entretanto, nos últimos anos, separatistas árabes, o Estado Islâmico (EI) e outros grupos jihadistas sunitas reivindicaram a autoria de ataques mortais contra forças de segurança e santuários xiitas no Irã.
Depois do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, Soleimani era visto como a figura mais poderosa do Irã. Ele foi morto pelas forças americanas no vizinho Iraque, em 2020.
Imagens transmitidas pela TV estatal mostraram que centenas de pessoas estavam reunidas na periferia leste de Kerman quando ocorreram as duas explosões.
A mídia iraniana informou que a primeira explosão ocorreu às 14h50 no horário local (8h20 em Brasília), a cerca de 700 m do cemitério do Jardim dos Mártires, ao redor da mesquita Saheb al-Zaman.
A segunda teria ocorrido cerca de 15 minutos depois, a cerca de 1 km do cemitério.
‘Vimos pessoas caindo’
A agência de notícias Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária do Irã, citou fontes que afirmaram que “dois sacos contendo bombas” foram aparentemente detonados “por controle remoto”.
“Estávamos caminhando em direção ao cemitério quando de repente um carro parou atrás de nós e uma lata de lixo contendo uma bomba explodiu”, afirmou uma testemunha citada pela agência Isna
“Só ouvimos o som da explosão e vimos pessoas caindo.”
O Crescente Vermelho, organização de socorro, disse que entre os mortos está pelo menos um paramédico que foi enviado ao local da primeira explosão e foi atingido pela segunda.
Imagens parecem mostrar que o túmulo de Soleimani não foi danificado.
Como comandante do braço de operações externas da Guarda Revolucionária, a Força Quds, ele arquitetou a política iraniana em toda a região.
Ele foi responsável pelas missões clandestinas da Força Quds e pelo fornecimento de verbas, orientação, armas, inteligência e apoio logístico a governos aliados e grupos armados, incluindo o Hamas e o Hezbollah.
O então presidente dos EUA, Donald Trump, que ordenou o assassinato em 2020, descreveu Soleimani como “o terrorista número um em qualquer lugar do mundo”.
Fonte: BBC
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