- Author, James FitzGerald
- Role, Da BBC News
Kelsey Hatcher, 32, deu à luz uma menina na terça-feira e uma segunda filha na quarta-feira, no Hospital da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB).
Ao anunciar a chegada de seus “bebês milagrosos” nas redes sociais, Hatcher agradeceu aos médicos, que disse terem sido “incríveis”.
As meninas são descritas como gêmeas fraternas – mas são um caso raro de aniversários em dias diferentes.
Hatcher disse que a família já voltou para casa para “aproveitar as festas de fim de ano”. Ela já esperava que os nascimentos fossem acontecer perto do Natal.
Uma obstetra da UAB confirmou que o trio estava bem e disse à BBC que era o tipo de caso que a maioria das pessoas em sua profissão não veem durante toda a carreira.
Condição rara
Hatcher foi informada aos 17 anos de idade que ela tinha um útero duplo (útero didelfo), o que a UAB descreve como uma anomalia congênita rara que afeta 0,3% das mulheres.
E as chances de engravidar em ambos os úteros – uma gravidez dicavitária – são ainda menores, de “uma em um milhão”, segundo a UAB.
Os casos relatados em todo o mundo são extremamente raros. Em 2019, um médico no Bangladesh disse à BBC que uma mulher deu à luz gémeos quase um mês depois de dar à luz um bebê prematuro que cresceu no outro útero.
Hatcher teve três gestações anteriores saudáveis. Desta vez, ela acreditava estar grávida de apenas um útero – até que um ultrassom de rotina revelou que também havia um bebê no segundo.
“Fiquei sem fôlego… Nós simplesmente não podíamos acreditar”, ela lembrou.
Ela passou a documentar sua jornada no Instagram.
Apesar do caso raro, sua gravidez foi tranquila – a UAB a descreveu como rotineira.
O médico Richard Davis, que participou do parto, afirmou que cada bebê desfrutou de um “espaço extra para crescer e se desenvolver”.
Isso aconteceu porque cada bebê tinha um útero próprio, disse ele – ao contrário de uma típica gravidez de gêmeos.
O trabalho de parto de Hatcher foi induzido às 39 semanas e exigiu o dobro do monitoramento no hospital – e o dobro da equipe.
Shweta Patel, da equipe de obstetrícia e ginecologia do hospital, disse que a equipe da UAB não tinha “muitas evidências ou dados” sobre casos como esse e por isso usou seu conhecimento sobre gestações típicas.
Os bebês tinham “vontade própria”, disse ela, e nasceram por métodos diferentes.
A primeira, Roxi, nasceu de parto normal por volta das 19h45, horário local, do dia 19 de dezembro. A segunda, chamada Rebel, passou por cesariana mais de 10 horas depois.
Davis disse que as meninas poderiam ser chamadas de gêmeas fraternas – um termo usado quando cada bebê se desenvolve a partir de um óvulo separado, cada um fertilizado por um espermatozóide separado.
“No final das contas, eram dois bebês na mesma barriga ao mesmo tempo”, disse ele.
Fonte: BBC
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