Atividades, iniciadas no último mês de setembro, com as pré-conferências, que contemplaram todas as regiões da cidade e todas as linguagens artísticas, foram concluídas neste domingo, confirmando as prioridades culturais que o Recife quer ser e celebrar nos próximos dez anos. (Foto: Marcos Pastich/PCR)
Neste fim de semana, a festa foi da democracia na capital pernambucana. Reunindo diferentes vozes, tradições, forças e esperanças, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, concluiu a programação da VIII Conferência Municipal de Política Cultural do Recife, iniciada no último mês de setembro, para convidar fazedores e fazedores de cultura das mais variadas linguagens e regiões da cidade a abrir alas para um futuro de mais celebração e mais cidadania.
Realizado no Colégio Vera Cruz, nos últimos sábado e domingo (28 e 29), com abertura na sexta-feira (27), no Teatro de Santa Isabel, o encontro elegeu as 25 propostas prioritárias da sociedade civil para pautar a elaboração do Plano Municipal de Cultura, pelo Conselho Municipal de Política Cultural do Recife, que terá vigência de dez anos, estabelecendo os compromissos do Recife com a cultura do futuro e o futuro da cultura.
As proposições, cuidadosamente elaboradas, amplamente discutidas e democraticamente pactuadas, foram divididas em cinco eixos temáticos: Gestão, Institucionalização e Marcos Legais da Cultura; Diversidade e Territórios Culturais; Patrimônio Cultural, Memória e Democracia; Formação Cultural; e Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável.
Durante a Conferência, também foram eleitos os 17 delegados e delegadas da sociedade civil, além das cinco propostas que representarão a cidade nos debates da IV Conferência Estadual de Cultura, etapa anterior à IV Conferência Nacional de Cultura. A comitiva recifense contará com mais 8 representantes do poder público municipal.
“Essa Conferência não encerrou nem inaugurou, mas confirmou a construção democrática que tem pautado a formulação e execução de políticas públicas culturais no município. Durante todo o processo, iniciado ainda em setembro, nas pré-conferências, temos testemunhado a enorme capacidade que o coletivo tem de encontrar soluções para cada problema, divergência e obstáculo que se apresenta. Saímos todos maiores desses debates, que confirmam a cultura como melhor caminho para o futuro”, celebrou o secretário Ricardo Mello.
“Tivemos um grande avanço nessa Conferência, que se confirmou uma instância de construção de encaminhamentos democrática, com transparência, colaboração e muito respeito”, afirmou o presidente da Fundação de Cultura do Recife, Marcelo Canuto.
Para a sociedade civil, a oitava Conferência também representou um marco importante para a cidade de militância cultural tão atuante e histórica. “Recife é vanguarda no processo da política cultural. Em 2006, a cidade democratizou seu Conselho de Cultura, quando o Sistema Nacional de Cultura ainda nem existia. O Plano Municipal de Cultura do Recife, que teve sua primeira versão elaborada em 2010, também é mais antigo que o nacional, formulado somente em 2012. Tudo isso é muito importante. Não só para os fazedores de cultura, mas também para todos os recifenses”, opinou Nivaldo Jorge da Silva, artesão e conselheiro municipal de política cultural do Recife.
“A Conferência foi de extrema importância, ainda mais nesse processo de retomada democrática e cultural que estamos vivendo no Brasil. É nessa instância, do processo democrático, que temos a oportunidade de expor nossas ideias e ideais. Foi muito tranquilo, muito bom. Todo mundo foi bem assistido. As propostas que vão para a Conferência Estadual representam muito bem o município”, afirmou Goretti Caminha, do bloco Pierrot de São José, patrimônio vivo do Recife, que conclamou todos os fazedores de cultura recifenses e pernambucanos à mobilização: “Segue a luta!”