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Escombros de mesquita destruída após ataques aéreos israelenses em Gaza

  • Author, Rushdi Abu Alouf e Oliver Slow
  • Role, Da BBC News em Gaza e Londres

A Faixa de Gaza pode estar à beira de uma nova crise humanitária se a entrada de suprimentos e de serviços básicos na região não for autorizada por Israel, segundo as autoridades palestinas.

Os palestinos dizem que a ajuda humanitária não está chegando ao local desde sábado. Na segunda-feira (09/10), Israel declarou um “cerco total” ao território, afirmando que eletricidade, alimentos, combustível e água seriam cortados.

Cerca 2,3 milhões de pessoas vivem em Gaza, 80% das quais dependem de auxílio para ter acesso a esses recursos.

Mais de 500 pessoas morreram na região durante os ataques de retaliação de Israel.

A ação é uma resposta a ataques lançados pelo Hamas ao longo do fim de semana, que mataram pelo menos 700 pessoas em Israel.

Israel controla a costa e o espaço aéreo de Gaza, além de restringir quem e quais mercadorias podem atravessar suas fronteiras.

O Egito também controla rigorosamente o que ou quem pode passar pela sua própria fronteira com Gaza.

Desde que os ataques começaram, na manhã de sábado, Israel interrompeu todo tipo de fornecimento de recursos a Gaza, incluindo alimentos e medicamentos.

Muitos pontos estão sem eletricidade e internet, e poderão em breve ficar sem abastecimento essencial de alimentos e água.

As autoridades alertaram que o combustível vai acabar dentro de 24 a 72 horas.

A agência humanitária da ONU, conhecida pela sigla OCHA, também alertou para o fato de o abastecimento de combustível durar alguns dias.

Mesmo antes das últimas restrições, os residentes de Gaza já enfrentavam insegurança alimentar generalizada, restrições à circulação e escassez de água.

Na segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que iria impor um “cerco completo” ao território.

Crédito, Reuters

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Israel lançou intensos ataques contra a Faixa de Gaza nesta segunda-feira

“Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem gás. Está tudo fechado”, disse ele, acrescentando que “estamos lutando contra animais e agindo de acordo”.

O Ministério da Infraestrutura de Israel ordenou mais tarde o corte imediato do abastecimento de água a Gaza. “O que foi no passado não será mais no futuro”, afirmou a pasta em comunicado.

Em um comunicado divulgado antes desses anúncios, o Ministério da Saúde da Palestina disse que os hospitais da região enfrentavam escassez de medicamentos, suprimentos médicos e combustível devido às ações de Israel.

A pasta apelou aos órgãos internacionais para instarem Israel a “reiniciar as linhas elétricas” e a suprir as necessidades de emergência sob a forma de medicamentos, combustível e geradores de energia.

Israel lançou ataques aéreos de retaliação contra Gaza desde sábado, matando pelo menos 511 pessoas e ferindo 2.750, segundo o Ministério da Saúde palestino.

A noite de domingo registrou uma série de ataques particularmente intensos, potencialmente os maiores que Gaza já sofreu em anos – durante toda a noite várias explosões foram ouvidas em toda a Faixa de Gaza.

À medida que os ataques continuavam após o amanhecer, a fumaça negra enchia o céu e a poeira dos edifícios derrubados podia ser sentida no ar.

Israel parece ter como alvo essas áreas para tentar reforçar a segurança.

Também houve relatos de que Israel usou fogo de artilharia na área fronteiriça.

Israel disse que está atacando alvos do Hamas em Gaza, mas há relatos de civis atingidos.

O Ministério das Relações Exteriores palestino disse que dois campos de refugiados em Gaza, Al-Shati (também conhecido como campo da Praia) e campos de Jabalia – foram atingidos por ataques aéreos israelenses, deixando vários mortos e feridos.

Um vídeo compartilhado na internet mostrou um caos generalizado em Jabalia, incluindo um corpo sendo levado e um homem coberto de sangue e poeira.

O ministério das Relações Exteriores da Palestina também afirmou que os ataques aéreos atingiram uma escola da ONU em Gaza que abrigava centenas de civis, incluindo crianças e idosos.

A ONU confirmou o ataque, dizendo que a escola foi “severamente danificada”, mas que ninguém morreu.

Também houve relatos de uma mesquita, bem como de casas, sendo atingidas.

Segundo a agência de notícias Associated Press, 19 membros de uma mesma família foram mortos em um ataque em Rafah, no sul de Gaza.

A ONU disse na segunda-feira que 123.538 pessoas em Gaza estão desalojadas desde o início dos ataques de Israel, principalmente “devido ao medo, às preocupações com a proteção e à destruição das suas casas”.

A organização acrescentou que 73 mil pessoas estão abrigadas em escolas.