O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se tornou réu por acusações relativas ao manejo de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca.
Trump, 76 anos, enfrenta sete acusações, incluindo a retenção não autorizada de documentos confidenciais, segundo informaram veículos de imprensa dos EUA.
Esta é a segunda vez que ele se torna réu depois de ter deixado a presidência, e a primeira em que enfrenta acusações na Justiça federal.
Enquanto isso, o republicano está se preparando para concorrer à Casa Branca novamente em 2024.
Em uma postagem na rede social Truth Social (que pertence a seu grupo empresarial), Trump afirmou que é inocente e relatou que foi intimado a comparecer a um tribunal federal em Miami na próxima terça-feira (13).
“Nunca pensei que fosse possível que algo assim pudesse acontecer a um ex-presidente dos Estados Unidos”, escreveu ele.
“Este é realmente um dia sombrio para os Estados Unidos da América. Somos um país em rápida e grave decadência, mas juntos faremos a América grande novamente!”
O Departamento de Justiça se recusou a comentar a notícia, e as acusações ainda não foram divulgadas.
Os próximos passos, segundo o professor de Direito David Super, da Universidade de Georgetown, incluirão Trump declarando culpa ou inocência. Se ele se declarar inocente, como esperado, uma data de julgamento provavelmente será marcada dentro dos próximos dois meses.
Ainda de acordo com Super, as notícias não significam um impeditivo para a candidatura de Trump à presidência.
“Ele pode ser acusado inúmeras vezes e isso não impedirá sua possibilidade de se candidatar”, diz o professor, acrescentando que Trump poderia até mesmo ser condenado e ainda assim concorrer à Casa Branca.
O promotor especial Jack Smith tem recolhido evidências desde que foi nomeado para supervisionar o caso dos documentos confidenciais, em novembro.
No ano passado, o resort de Trump na Flórida, Mar-a-Lago, foi revistado e 11.000 documentos foram apreendidos — incluindo cerca de 100 marcados como confidenciais. Alguns deles eram considerados ultrassecretos.
Foi noticiado na semana passada que os promotores obtiveram uma gravação de áudio na qual Trump reconhece ter mantido consigo um documento confidencial depois de deixar a Casa Branca.
É contra a lei dos Estados Unidos que autoridades federais, inclusive um presidente, removam ou guardem documentos sigilosos em um local não autorizado.
Smith — um ex-advogado especializado em crimes de guerra e conhecido como um investigador obstinado — também está supervisionando uma outra investigação, sobre os esforços para anular os resultados da eleição de 2020, que o republicano perdeu para o atual presidente, o democrata Joe Biden.
Trump se tornou em abril o primeiro ex-presidente a virar réu em acusações criminais. Ele se declarou inocente nas 34 acusações relativas ao suposto pagamento clandestino à estrela pornô Stormy Daniels.
Ele enfrentará o julgamento sobre o caso Stormy Daniels no ano que vem, em Nova York.
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