Respeitar não é um processo obrigatório e eu vou te explicar isso

Certa vez uma mãe me procurou com essa fala: “meu filho não sabe respeitar nada nem ninguém”, queixas como essa é comum em escolas e de pais e mães que vem procurar ajuda psicológica para a criança.

E sempre que estou diante dessa demanda, peço para que os pais me expliquem dentro do contexto de vida deles o que tem acontecido de desrespeitos e como eles tem “ensinado” a criança a respeitar aquilo que eles estão incomodados.

A grande parte dos pais dizem que quando a criança falta com respeito eles conversam algumas vezes dizendo o que a criança deve fazer e após tantas conversam punem ou até bate para que ela aprenda.

Mas há uma máxima por trás do respeito e o maior segredo é que não se ensina respeito, se permite vivê-lo e experimentá-lo, vou te explicar melhor.

No dicionário, quando pesquisamos o que significa Respeitar diz: ter respeito, ter consideração. Ter consideração está relacionado a dar importância, interessar-se, atender dentre outras ações segundo o dicionário e aqui está a grande chave para o segredo.

Para respeitar algo, esse algo ou alguém deve fazer sentido para você, deve ser algo do qual você leve em consideração e para gerar esse sentimento, essa importância deve ter tido algum tipo de vínculo contigo.

Respeito se ensina vivendo, como já disse em outros textos aqui do blog, as crianças são as melhores Observadoras e por isso, são ótimas em reproduzir os comportamentos dos adultos.

Então, quando o adulto não respeita as limitações da criança, ela reproduzirá esse comportamento. Mas quando os adultos a respeita e conduz seus comportamentos com empatia, atenção e afeto, ela reproduzirá também essas ações e mesmo que num ambiente aquilo ainda não faça sentido para ela, a criança passará a estar mais disponível a colaborar e adaptar-se, até que possa vivenciar algo que lhe faça sentido respeitar como os adultos desejam.

Quando falamos de pessoas, há outra questão importante para observarmos, nós adultos temos noções sociais das quais ainda não faz parte do repertório da criança, um exemplo é que um colaborador pode respeitar seu chefe por sua posição e não necessariamente por gostar dele.

As crianças por serem 100% seres emocionais, não tem essa noção social e são sinceras com seu próprio sentir. Por isso, não espere que a criança respeite como você respeita uma pessoa que para ela não tem o mesmo significado.

E para finalizar, outro aspecto importante de observar é o que o adulto acha que é desrespeito e o que para pode ser uma brincadeira. Um exemplo é falar alto, correr, dançar num ambiente como a igreja por exemplo. Nem sempre a criança está fazendo por desrespeito, mas faz por ser criança.

Então quando você também achar que sua criança está te desrespeitando, revisita esses pontos, veja se o que ela faz é por ser um ser emocional ou por ainda não ter desenvolvido um senso social que lhe permita se ajustar da forma como você deseja.

Converse sempre com a criança e expresse o que é importante para você, diga sobre os seus sensos sociais para que ela possa compreender as suas expectativas e aos poucos, com o tempo, vá desenvolvendo esse ajustamento do que é expectativa sua e capacidade dela em atender.

Respeito se ensina respeitando.

Acima de tudo, respeite sua criança e ela terá essa referência para se relacionar com as demais pessoas.