Maio já está chegando e com isso as provas e avaliações chegaram num piscar de olhos no ano de 2023, se sua criança apresentou dificuldade, esse é o momento ideal para entender como agir.
As crianças estão em pleno desenvolvimento cerebral, aprender é um fenômeno inato dos bebês e das crianças, elas nascem com esse potencial e com seu cérebro preparado para isso. Na neurociência, chamamos de Neuroplasticidade, que é a capacidade de “plastificar” ou modificar os neurônios gerando a memorização de uma informação, ou seja, gerando uma aprendizagem.
Mas há todo um caminho a ser percorrido para que a aprendizagem ocorra e quando falamos de dificuldades na escola, é preciso que os adultos estejam atentos a esse caminho, para agir no ponto exato e de fato ajudar a criança. Fazer mais exercícios, aulas particulares, tirar coisas, são atitudes que nem sempre podem ajudar ou podem piorar e vou explicar o porquê.
Já reparou que os bebês aprendem sem instruções? Por exemplo, nem tudo conseguimos ensinar ao bebê, a maior parte do seu repertório ele se apropria através da observação atenta. Bebês e crianças são ótimas nisso, quem já pegou sua criança agindo exatamente como você ou como um familiar sem que ninguém houvesse a ensinado?
Isso acontece pois as crianças nos observam o tempo todo e vão entendendo e tentando e repetindo as tentativas até se apropriar daquilo.
Quando falamos das aprendizagem curriculares, é preciso pensar que as crianças precisam poder praticar também essa observação, entendimento, tentativa para que se tenha a apropriação. E todo esse percurso passa por áreas cerebrais que cuidam da atenção, memorização e sistema sensório-motor (audição, visão, tato). As crianças aprendem através de todo o seu corpinho e não somente por estar sentadas olhando uma lousa.
Um exemplo, os numerais estão por todos os lados, onde estivermos pode-se trabalhar o conceito de numeral e quantidade, mas ainda, a maioria das escolas insistem em trabalhá-los riscando uma parede com a criança sentada.
Nesse modelo, a atenção da criança deve estar voltada somente para a ação do professor, mas sabe-se que estar com atenção plena em algo ocorre muito mais facilmente quando o seu corpo todo está envolvido naquela ação, do que quando você precisa somente focar a mente.
Por isso, quando dizemos em dificuldades de aprendizagem, é importante compreender e ter um olhar mais amplo. Será que essa dificuldade é por não prestar atenção? Será que é por não ter compreendido uma parte do conteúdo? Ou por que as informações estão chegando de forma distorcida no campo cerebral da criança? Ou por que não está enxergando direito? Ou por sua mãozinha na hora da escrita não estar respondendo como deveria e isso gerando maior cansaço?
São inúmeras as possibilidades e é exatamente por isso que mais exercícios ou tirar momentos prazerosos não são saídas eficientes.
Se uma criança não está conseguindo prestar atenção na aula, como ensiná-la a isso se elas minimamente entendem o que é prestar atenção?
É preciso compreender onde está havendo a falha na aprendizagem e agir no campo certo. Às vezes a atenção da criança está comprometida por excesso de estímulos, às vezes por cansaço, às vezes não é a atenção, mas a audição ou o processamento da audição que não está correspondendo, etc.
Enfim, quando as dificuldades excedem, é importante não rotular a criança como preguiçosa ou desinteressada, mas compreender todo esse sistema acerca da aprendizagem e ajudar a criança na raiz do problema. Se seu filho tem apresentado tais dificuldades e os sermões, aulas extras ou outras estratégias não estão funcionando, é hora de você procurar ajuda profissional e ajudá-lo o quanto antes a organizar o que está disfuncional para que seu desempenho siga com sucesso.
Lembre-se, o cérebro da criança vem pronto para aprender, se isso não está acontecendo ou se está havendo muita dificuldade, é porque sua criança precisa de ajuda, não é uma decisão dela, é uma dificuldade. Muitas crianças quando apresentam dificuldades escolares, apresentam recusa em estudar ou a fazer as tarefas, sentem-se desmotivadas pois o esforço que elas precisam fazer é demais em relação aos outros alunos e diante da frustração de tentar e não conseguir, perdem o interesse e passam a buscar outras formas de lidar com isso, algumas acabam tendo comportamentos desafiadores, outras se isolam, outras mergulham nas telas e tudo isso pode gerar ainda mais angústia e conflitos na família. Por isso, se este estiver sendo o cenário da sua casa, me coloco à disposição para ajudá-lo nessa demanda.
Me conta, o que achou desse texto?
Giovanna Almeida é Psicóloga, Mãe, Escritora e Educadora Parental
Contato: giovanna.psico10@gmail.com
Instagram: @gialmeida_psico
26/04/2023 às 16:00