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Depois da divulgação do resultado do julgamento de Guilherme José Lira dos Santos – condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato da ex-esposa, Patrícia Cristina Araújo – a família da vítima celebrou a sentença, mas lamentou às condições às quais os filhos de Patrícia e Guilherme foram expostos.
“É um sentimento misto. Alívio – porque o país parece ser o país da impunidade, mas a gente vê que há Justiça, em determinados momentos –, mas também preocupação com a situação dos dois filhos. Minha irmã [a avó dos adolescentes] vai ter que dar muito amor para eles, que devem estar muito tristes. Ela vai conduzir como sempre conduziu, com toda maestria”, disse Marcílio Araújo.
“Desde o começo, quando soubemos que os dois iriam depor a favor de Guilherme, entendemos que eles estavam sendo usados em uma estratégia de sensibilização dos jurados. Isso pode não ser bom para a cabeça deles”, completou o tio de Patrícia, alegando que os adolescentes foram alvo de alienação parental.
Os interrogatórios dos filhos de Patrícia e Guilherme, dois jovens com 18 e 16 anos, também foram alvo de objeções por parte da acusação. “Há um trauma indelével na cabeça desses jovens, que vieram para cá [para o julgamento] sem necessidade. Em um momento de tanto desfalque, eles tiveram que se posicionar entre uma mãe morta e um pai cuja liberdade estava ameaçada por um crime que ele cometeu”, apontou Dalva Cabral, promotora do MPPE que atuou no caso.
Dalva Cabral, promotora do MPPE
Por outro lado, ao longo do julgamento, a defesa de Guilherme sustentou que os depoimentos dos dois filhos eram fundamentais para o tribunal do júri. “Não há quem possa dizer mais sobre a realidade do casal do que os próprios filhos, que conviviam com eles o tempo todo. Se trouxemos os filhos, é porque eles são fundamentais para o esclarecimento dos fatos”, disse Gregório Ferraz, um dos advogados de defesa.
Após cinco dias de julgamento, Guilherme José Lira dos Santos foi condenado, nesta sexta (14), por homicídio doloso, com as seguintes qualificadoras: ter cometido o homicídio por motivo fútil, mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima; e contra a mulher por razões da condição de gênero, o que caracteriza o crime como feminicídio.
Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a pena será cumprida no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) – localizado em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife –, onde Guilherme já cumpriu parte da pena.
Relembre o caso
O crime aconteceu em novembro de 2018. Na ocasião, Patrícia Cristina Araújo dos Santos, 46, estava no banco do passageiro quando o veículo colidiu na Rua Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista. A mulher faleceu e o condutor teve ferimentos leves. Após a morte de Patrícia, Guilherme foi preso. De acordo com a perícia, o choque contra a árvore não foi acidental.
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