Cem dias de turbulências e desafios: assim especialistas avaliam esse início de governo Lula. 8 de janeiro, crise Yanomami, violência nas escolas, a volta de programas sociais antigos… praticamente uma reconstrução, segundo o advogado mestre em direito pela PUC São Paulo, Hugo Albuquerque:
“Ele encontrou um país afetado por um quadro externo muito grave, com uma guerra, vindo de uma pandemia global que mal tinha se resolvido, e um quadro interno muito mais complicado, do ponto de vista inclusive da democracia, da defesa da democracia e das instituições”.
O cientista político Murilo Medeiros é mais firme: faltou uma marca do governo até aqui:
“O início do governo Lula ainda não tem uma marca definida. E é um governo que passa por diversos desafios. Porque, apesar do lançamento de antigos programas, o governo ainda não mostrou de fato a que veio. Ainda não houve um teste no Congresso Nacional”.
E esse teste que ele fala é, justamente, a votação no Congresso do arcabouço fiscal nas próximas semanas e da Reforma Tributária ainda este ano. Para o cientista político, agora é cuidar de destravar a economia e garantir o crescimento.
“Se a economia não crescer, se o desemprego aumentar, se a inflação voltar à tona, o governo vai se colocar em descrédito muito rápido. Até porque o governo Lula, o presidente Lula, foi eleito com uma margem eleitoral muito apertada. Não há espaço para erros”.
Para ele, passada a lua de mel com o eleitorado, agora é hora de olhar para o futuro. E o próprio presidente Lula sabe disso: em artigo publicado no jornal Correio Braziliense nesse domingo (9) foi claro: “nesses primeiros 100 dias, priorizamos o que era inadiável. Seguiremos firmes na reconstrução de um país mais desenvolvido, justo e soberano”.
Fonte: Agência Brasil