A premiação em dinheiro da próxima Copa do Mundo Feminina, que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia, será o triplo da última edição do torneio, em 2019, anunciou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, nesta quinta-feira (16), revelando, ainda, que o conselho de turismo da Arábia Saudita não patrocinará o torneio.
Falando no Congresso da Fifa em Kigali após ser reeleito para um terceiro mandato como presidente, Infantino disse que o valor total, cobrindo o prêmio em dinheiro, bem como a compensação pelos preparativos e pelos clubes, seria de US$ 152 milhões (R$ 803 milhões). Isso representa um aumento de US$ 50 milhões em 2019 e apenas US$ 15 milhões no torneio anterior no Canadá, quatro anos antes.
O Mundial Feminino de julho e agosto será o primeiro a contar com 32 seleções, ante 24 que foram para a edição de 2019, disputada na França e vencida pelos Estados Unidos. O número ainda é insignificante em comparação com o prêmio em dinheiro de US$ 440 milhões da Copa do Mundo masculina de 2022, com 32 seleções, e Infantino criticou emissoras e patrocinadores por não oferecerem mais à Fifa em acordos para o torneio.
Ele disse que algumas emissoras ofereceram 100 vezes menos para cobrir a competição feminina, apesar de verem números “muito semelhantes, talvez 20 por cento menos”.
“A Fifa está avançando não apenas com palavras, mas com ações. Infelizmente, esse não é o caso de todos na indústria. As emissoras e patrocinadores precisam fazer mais a esse respeito”, disse ele. “Se as emissoras nos oferecem 100 milhões para a Copa do Mundo masculina, elas nos oferecem um milhão ou menos para a feminina e, ao mesmo tempo, essas mesmas emissoras públicas. Ofereça-nos 20% menos, ou 50% menos, mas não 100% menos. As mulheres merecem muito, muito mais do que isso e estamos aqui para lutar por elas e com elas, mas precisamos lutar juntas.”
O anúncio do aumento do prêmio em dinheiro foi elogiado pelo sindicato global de jogadores FIFPro, que disse em comunicado que “o progresso anunciado hoje demonstra a intenção dos jogadores e da FIFA de trabalhar proativamente em busca de maior equidade e igualdade para a indústria”. Enquanto isso, Infantino disse que um acordo de patrocínio discutido com o conselho de turismo saudita para a Copa do Mundo não aconteceria.
Relatos de um possível acordo levaram a críticas de funcionários do Football Australia e do New Zealand Football, que disseram estar “chocados” e “desapontados” por não terem sido consultados devido ao histórico ruim do reino do Golfo sobre os direitos das mulheres.
“Houve discussões, mas no final as discussões não levaram a um contrato”, disse Infantino, chamando o clamor de “uma tempestade em copo d’água”. “Entendo que a Austrália tem um comércio com a Arábia Saudita de 1,5 bilhão (dólares) por ano e isso não parece ser um problema. Existe um duplo padrão que eu realmente não entendo, mas não há problema, não há contrato.”
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Fonte: Folha PE
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