Entre as atrações, a banda pernambucana Em Canto e Poesia e a forrozeira Irah Caldeira, além do cantor carioca Toni Garrido. (Foto: Gabriel Melo/PCR)
Nada de tristeza. O último dia da folia de momo no Recife foi de animação e saudade. A Terça-feira Gorda foi marcada pelas viradas do maracatu, batuques do samba, poesia e música pop nos polos de Campo Grande e Linha do Tiro, ambos na Zona Norte da capital. Entre as atrações, a banda pernambucana Em Canto e Poesia, a forrozeira Irah Caldeira, além do cantor carioca Toni Garrido.
Na Zona Norte da cidade, a banda pernambucana De Pau e Corda foi uma das atrações do polo descentralizado da Linha do Tiro, localizado na avenida principal do bairro. Com 50 anos de carreira, o grupo, que é um dos mais respeitados do país, exalta a cultura popular através da poesia cantada, utilizando, especialmente, flauta e viola.
Diretamente do berço dos poetas repentistas, São José do Egito, no Sertão Pernambucano, a banda Em Canto e Poesia subiu ao palco em seguida. Por meio das misturas de reggae, coco, baião, frevo e maracatu, o grupo reverencia a origem sertaneja unindo literatura e música. Fechando a programação, o ex-vocalista da extinta banda Cidade Negra, Toni Garrido, foi o último a subir ao palco na Linha do Tiro. No repertório, clássicos como “Downtown”, “Onde Você Mora?” e “Girassol”.
CAMPO GRANDE – No Polo Campo Grande, instalado na praça com o nome do bairro, a festa começou à tarde com grupos que integram o Recife Matriz da Cultura Popular, plano que inaugurou diversas estratégias de valorização das agremiações e tradições culturais ancestrais. O primeiro a se apresentar foi o Maracatu Nação Estrelar, seguido pelo Clube Carnavalesco Misto Coqueirinho de Beberibe e Boi Dourado de Limoeiro.
Também participaram da festa a bateria Sultaki do Samba, Orquestra Frevo e Encantos e o grupo de dança Duda Mel. A festa ainda contou com shows de Elly Karpe, Jorge Silva e Irah Caldeira.
A técnica de enfermagem aposentada Clélia de Souza, 68 anos, é moradora de Campo Grande e curtiu o polo descentralizado do bairro acompanhada da neta Heloísa, de 6 anos. “Este é o primeiro ano que venho e gostei tanto que marquei presença todos os dias. Fica pertinho da minha casa, é seguro e animado. Facilita para quem não tem condições de se deslocar para os pontos centrais. Amo Carnaval e já estou ficando com saudades”, afirma.