- Julia Braun
- Da BBC News Brasil em São Paulo
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De embaixadores a presidentes, cerca de 120 países estarão representados na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo informações divulgadas pela equipe do petista.
Ao menos 65 delegações estrangeiras compostas por chefes e vices-chefes de Estado, de Governo e de Poder, além de ministros de negócios estrangeiros e enviados especiais, já confirmaram presença.
Serão pelo menos 19 chefes de Estado, quatro primeiros-ministros e uma primeira-dama, além de vice-presidentes, ministros de Estado, chefes de missões diplomáticas e representantes de organizações internacionais, entre outros.
Havia grande especulação sobre se o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ou alguma delegação enviada por ele compareceria à posse. Uma portaria de 2019, editada na gestão de Jair Bolsonaro, vetava a presença do governante venezuelano em solo brasileiro, o que impediria a presença dele na cerimônia. A portaria, no entanto, foi revogada pelo atual governo, a pedido do governo de transição, no dia 29 de dezembro. Maduro acabou decidindo não comparecer e enviar o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodrigues.
Também estão confirmados na posse os presidentes de: Portugal, Argentina, Alemanha, Colômbia, Uruguai, Equador, Espanha, Bolívia, Chile, Paraguai, Guiana, Suriname, Honduras, Togo, Peru, Guiné Bissau, Timor Leste, Cabo Verde, Zimbábue e Angola.
Os primeiros-ministros do Marrocos, Mali, República da Guiné e São Vicente e Granadinas também estão na lista. Além disso, a primeira-dama do México, Beatriz Gutiérrez Müller, representará seu marido, o presidente Andrés Manuel López Obrador.
Segundo o responsável pelo cerimonial da posse, trata-se do maior evento com autoridades estrangeiras de alto nível no Brasil desde os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Confira, a seguir, alguns dos destaques da lista de líderes confirmados.
Europa
Entre os europeus que estão na lista oficial está o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Rebelo está no Brasil após ter se encontrado com Lula em Lisboa em novembro, após as eleições.
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Lula e Marcelo Rebelo de Sousa em Lisboa em novembro
Também confirmaram presença o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e o rei da Espanha, Felipe VI.
O monarca espanhol ascendeu ao trono em 2014, após o pai, rei Juan Carlos, abdicar em consequência de alguns escândalos de adultério e recebimento suspeito de dinheiro.
Reino Unido, França e a União Europeia (UE) decidiram ser representados por enviados especiais.
A enviada britânica é Thérèse Coffey, secretária de Estado para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais. Ela já se reuniu com membros da equipe de transição de Lula durante a COP-27, no Egito.
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Rei Felipe VI, da Espanha
Argentina
O presidente argentino, Alberto Fernández, foi um dos primeiros a confirmar presença publicamente na posse.
O peronista deve ser um dos principais aliados internacionais de Lula em seu início de mandato. O primeiro compromisso oficial do presidente eleito após a vitória nas urnas foi justamente um encontro com Fernández, em São Paulo, no dia seguinte ao segundo turno.
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Lula recebeu o presidente da Argetina, Alberto Fernandez, em São Paulo pouco após sua vitória
EUA
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não participará do evento.
No seu lugar, a Casa Branca anunciou três enviados: a secretária do Interior, Deb Haaland, Douglas Koneff, encarregado de Negócios da Embaixada em Brasília, e Juan Gonzalez, assistente especial do presidente e diretor sênior para Assuntos do Hemisfério Ocidental, do Conselho de Segurança Nacional.
China
Já a China enviará o vice-presidente Wang Qishan para liderar a delegação chinesa na cerimônia de posse.
O ministro Wang Wenbin, das Relações Exteriores, disse que a diplomacia entre os dois países é estratégica.
“A próxima viagem do vice-presidente Wang Qishan ao Brasil, como representante especial do presidente Xi Jinping, para a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva fala da grande importância que a China atribui ao Brasil e às nossas relações bilaterais”, disse Wenbin.
Rússia e Ucrânia
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Valentina Matviyenko e o presidente da Rússia, Vladimir Putin
Apesar do conflito atual entre Rússia e Ucrânia, as duas nações confirmaram que enviarão representantes a Brasília, segundo a equipe de transição.
O governo ucraniano confirmou a presença de um vice-ministro, enquanto o Kremlin decidiu enviar a presidente do Conselho da Federação Russa, Valentina Matvienko (equivalente ao presidente do Senado no Brasil). As lideranças estrangeiras foram convidadas para uma recepção na noite deste domingo (1º) no Itamaraty.
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