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O novo ministério de Lula: conheça os nomes e pastas anunciados até agora

  • Cultura
    Política cultural e patrimônio

    Tem entre suas competências a elaboração e gestão da política nacional de promoção da cultura, o que inclui os investimentos federais diretos e indiretos no setor, e a proteção do patrimônio histórico e cultural brasileiro.

    A cantora baiana de 60 anos começou sua carreira como atriz de teatro em Salvador nos anos 1980 e migrou progressivamente para a música. Estourou ao lançar o single Faraó com Djalma Oliveira em 1987. Desde então, lançou 16 álbuns, fez 23 turnês internacionais e foi indicada cinco vezes aos prêmios Grammy e Grammy Latino, tornando-se uma das principais intérpretes da música brasileira e uma das principais personalidades da cultura negra do país. Menezes também criou, em 2004, a Fábrica Cultural, organização que promove ações sociais para crianças e jovens carentes.

    • O Ministério da Cultura foi criado em 1985, pelo presidente José Sarney (MDB).
    • A pasta voltará a ter status de ministério após virar secretaria com Bolsonaro, primeiro como parte do Ministério da Cidadania e, depois, do Turismo.
    • Margareth Menezes será a primeira mulher negra a ser ministra da área. Antes dela, a pasta foi comandada por apenas três mulheres: Ana de Hollanda (2011-2012), Marta Suplicy (2012-2014) e Ana Cristina Wanzeler (2014).
    • Menezes será a segunda cantora a ocupar o posto em um governo Lula: Gilberto Gil foi ministro de 2003 a 2008.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
    Políticas de desenvolvimento e regulação industrial e comercial

    Formula, executa e avalia políticas públicas para regular e promover o desenvolvimento industrial do país, da competitividade de empresas, do comércio exterior, do investimento e da inovação nas empresas e do bem-estar do consumidor. O ministério também atua em áreas como regulação comercial e questões relacionadas à proteção da propriedade intelectual.

    Formado em Medicina, Geraldo Alckmin, de 70 anos, fez a maior parte de sua carreira política no PSDB. Foi governador de São Paulo quatro vezes, deputado federal e prefeito de Pindamonhangaba, no interior paulista. Concorreu com Lula na eleição de 2006, quando protagonizou um momento “curioso” da política brasileira: obteve menos votos no segundo turno do que no primeiro. Após 33 anos no PSDB, em meio a uma disputa com seu próprio ex-afilhado político João Doria, deixou a legenda e filiou-se ao PSB neste ano. Entrou pouco depois na chapa de Lula contra Jair Bolsonaro (PL) como uma espécie de fiador, tendo realizado diversos encontros com representantes de setores relevantes. O vice-presidente eleito foi o coordenador da equipe de transição.

    • Extinta em 2019 pelo governo Bolsonaro, ao ser fundida com outras pastas na Economia, será recriada na nova gestão Lula.
    • Em 2018, Alckmin foi uma das grandes apostas da centro-direita na eleição vencida por Jair Bolsonaro, mas teve uma votação abaixo da esperada, com 4,7%. Foi o pior resultado de um candidato do PSDB à Presidência.
    • Uma das maiores surpresas da campanha de 2022 foi a decisão de Alckmin concorrer como vice na chapa de Lula. Apelidado de “picolé de chuchu”, Alckmin usou bom humor durante a campanha: “Lula é um prato que cai bem com chuchu”.
    • Apesar de ser um “ativo político” importante, segundo Lula, o nome de Alckmin enfrentou resistência dentro do PT, mas acabou aceito após articulações que envolveram, entre outros, o agora futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Desenvolvimento Social
    Políticas de assistência social

    Responsável por políticas de assistência social e segurança alimentar. No governo Lula, o ministério voltará a comandar o programa Bolsa Família. Também tem entre suas atribuições aprovar os orçamentos gerais do Serviço Social da Indústria, do Serviço Social do Comércio e do Serviço Social do Transporte.

    Nascido em Oeiras, no Piauí, e membro do PT desde 1985, Wellington Dias, de 60 anos, é formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí e foi bancário, radialista, sindicalista e diretor da Central Única dos Trabalhadores. Entrou na política em 1992 ao se eleger vereador de Teresina. Em 1994, tornou-se deputado estadual e, em 1998, deputado federal. Foi governador do Piauí por dois mandatos, de 2002 a 2010, e elegeu-se senador em 2010 e 2018.

    • O ministério foi criado por Lula em 2004 e incorporado ao Ministério da Cidadania por Bolsonaro.
    • A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi um dos nomes especulados para a pasta, mas, segundo notícias veiculadas na imprensa, o PT fez pressão para que ela ficasse com um membro do partido.
    • O futuro ministro é autor de livros e peças e membro da Academia Piuaiense de Letras.
    • Após ser nomeado ministro, Dias afirmou no Twitter: “Peço a Deus que nunca me descole das minhas raízes e me guie na missão de ajudar o presidente Lula a tirar o Brasil do mapa da fome. Quero, de forma sustentável, cuidar dos que mais precisam. Estou confiante, com muita humildade e coragem para trabalhar.”

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Direitos Humanos
    Políticas de defesa dos direitos humanos

    A pasta tem como função promover e implementar planos e políticas nacional como o Programa Nacional de Direitos Humanos, planos de combate à homofobia, ao racismo e de garantia de direitos básicos a populações em situação de vulnerabilidade.

    Considerado um dos maiores especialistas do Brasil em questão racial, Silvio Luiz de Almeida, de 46 anos, é advogado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo. É autor do livro Racismo Estrutural, tido como um dos mais importantes estudos recentes sobre raça e racismo. Almeida também é presidente do Instituto Luiz Gama, definido como “associação civil sem fins lucrativos formada por um grupo de juristas, acadêmicos e militantes dos movimentos sociais que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre os negros, as minorias e os direitos humanos”.

    • A pasta foi criada em 1997 como Secretaria Nacional de Direitos Humanos e alçada ao status de ministério em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
    • Com atuação intensa em redes sociais como o Twitter, Almeida se tornou uma das principais vozes contra o governo de Jair Bolsonaro (PL).
    • Colunista do jornal Folha de S.Paulo até recentemente, o futuro ministro chegou a comparar abertamente os últimos anos no Brasil à ascensão do movimento fascista de Benito Mussolini, na Itália.
    • Apesar de seus posicionamentos contrários ao governo, Almeida foi uma das vozes que apontaram um componente de racismo nas pressões pela demissão do ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli, acusado de ter mentido em um currículo.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Fazenda
    Política econômica e desenvolvimento social

    É um dos ministérios mais importantes, porque define e executa a política econômica e negocia projetos da área com o Congresso, além de administrar as contas da União, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional, e os tributos federais, com a Receita Federal.

    Fernando Haddad, de 59 anos, é formado em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, onde é professor de Ciência Política há 25 anos. Trabalhou como analista do Unibanco e consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Foi ministro da Educação de Dilma Rousseff (PT) de 2005 a 2012, quando se elegeu prefeito de São Paulo. Tentou se reeleger, mas foi derrotado por João Dória (então no PSDB). Foi o candidato petista à Presidência em 2018 após a prisão de Lula e, na última votação, foi derrotado na disputa pelo governo paulista por Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    • A Fazenda foi extinta por Bolsonaro com a fusão com Planejamento, Indústria e Comércio Exterior e Trabalho, que serão desmembradas agora.
    • O secretário-executivo, número 2 da pasta, será o ex-banqueiro Gabriel Galípolo.
    • O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será chefiado pelo ex-ministro da Educação e Casa Civil Aloizio Mercadante (PT), anunciou Lula em um evento em Brasília.
    • Lula afirmou, ao anunciar Haddad, que ele terá que cuidar do o mercado sem perder de vista os problemas sociais.
    • Fazer reformas, combater a pobreza e a relação com o Congresso são alguns dos desafios de Haddad na pasta, dizem analistas.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Gestão e Inovação
    Políticas e diretrizes para gestão pública

    Ministério inédito, era até 2022 uma secretaria da Economia. Terá como objetivo a organização e o funcionamento da administração pública, em especial quanto a modelos jurídico-institucionais, estruturas organizacionais, cargos em comissões, funções de confiança e funções comissionadas de natureza técnica. A pasta também trabalhará com o aperfeiçoamento e inovação dos órgãos e das entidades da administeração pública federal.

    A economista Esther Dweck é professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde fez doutorado em Economia da Indústria e da Teconologia. Entre 2011 e 2016, no governo Dilma Rousseff (PT), ocupou cargos no Ministério do Planejamento, como o de assessora econômica da pasta. Sua experiência na área tem ênfase em crescimento e desenvolvimento, com destaque em temas como crescimento liderado pela demanda e análise de insumo-produto.

    • A criação da pasta de Gestão como um ministério à parte foi um pedido de Fernando Haddad (PT) a Lula.
    • Esther Dweck chegou a ser cotada para assumir o ministério do Planejamento, e apoiada pelo grupo “Elas no Orçamento”.
    • Em 2016, a futura ministra foi uma das testemunhas de Dilma Rousseff na comissão de impeachment, no Congresso.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Igualdade Racial
    Políticas raciais

    A pasta conduz políticas para promover a igualdade racial e a proteção de grupos raciais e étnicos afetados por discriminação e outras formas de intolerância, com ênfase na população negra.

    Irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, a ativista carioca de 37 anos é formada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Jornalismo pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Formou-se mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca e é doutoranda em Linguística Aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após a morte da irmã, fundou e dirige o Instituto Marielle Franco, que promove atividades culturais e educacionais para crianças. Em seu Twitter, se apresenta também como “escritora, feminista preta e mãe de meninas”.

    • A área ganhará status de ministério após ter integrado o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro.
    • Anielle foi jogadora de vôlei profissional e morou nos Estados Unidos por 12 anos, onde estudou graças a bolsas para atletas.
    • A futura ministra disse no Twitter que aceitou o convite “em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil” e que sua pasta vai “trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso (…) e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro”.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Mulheres
    Políticas e ações de defesa dos direitos das mulheres

    O ministério atuará em três áreas: políticas do trabalho e da autonomia econômica das mulheres; enfrentamento à violência contra a mulher; e ações em saúde, educação, cultura e participação política feminina.

    Militante feminista histórica, Maria Aparecida Gonçalves, de 60 anos, é formada em Publicidade e Marketing, mas tem décadas de atuação em movimentos sociais e na área de direitos das mulheres. Foi chefe da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da Presidência da República nos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). Antes, trabalhou na Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho do Mato Grosso do Sul durante o governo de Zeca do PT. Nos últimos anos tem se dedicado à Xaraés, sua empresa de consultoria em gênero, raça, etnia e políticas públicas. Paulista de Clementina, mora em Campo Grande (MS) desde os anos 1980. Foi candidata a deputada constituinte em 1986. Chegou a se candidatar pelo PT a vereadora de Campo Grande em 1988 e em 2000.

    • A pasta foi criada como secretaria, com status de ministério, por Lula em 2003. No governo Bolsonaro, foi incorporada ao Ministério dos Direitos Humanos e, agora, será recriada.
    • A futura ministra foi articuladora no processo de discussão e implementação da Lei Maria da Penha.
    • Gonçalves também fez parte da criação do número 180 de atendimento à denúncias de violência contra a mulher.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Portos e Aeroportos
    Políticas dos setores aéreos e marítimos

    Tem como missão formular políticas e diretrizes para o desenvolvimento, fomento e regulação do setores marítimo e aéreos no Brasil e dos terminas de transporte de carga e passageiros.

    Márcio França, de 59 anos, começou a carreira política na cidade de São Vicente, no litoral paulista, onde foi vereador e prefeito por dois mandatos (1997 a 2005). Depois de cumprir dois mandatos como deputado federal, assumiu como vice-governador de São Paulo durante uma das gestões de Geraldo Alckmin (então no PSDB, hoje PSB). Em 2018, quando Alckimin deixou o cargo para concorrer à Presidência, assumiu como governador. No mesmo ano, candidatou-se ao cargo, mas perdeu para João Doria (então no PSDB). Dois anos depois, tentou ser prefeito da capital paulista, mas perdeu as eleições para o também tucano Bruno Covas.

    • A pasta será recriada no terceiro mandato de Lula. Na gestão anterior, tinha status de secretaria do ministério da Infraestrutura. Já nos governos petistas, estava lotada no ministério dos Transportes.
    • França era apontado pelas pesquisas como favorito para eleição de senador por São Paulo em 2022, mas perdeu a disputa para o ex-astronauta bolsonarista Marcos Pontes (PL).
    • A companheira do futuro ministro, a educadora Lúcia França, foi candidata a vice-governadora de São Paulo na chapa com Fernando Haddad, em 2022 Eles foram derrotados pelo ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).
    • França foi um dos responsáveis por levar Alckmin ao PSB, movimento que possibilitou a aliança do ex-tucano com o presidente eleito Lula nas eleições de 2022.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Relações Institucionais
    Articulação política

    A pasta atua na articulação política do Executivo e na sua relação com o Congresso Nacional, além da interlocução com Estados e municípios.

    Político veterano do PT, Padilha fez parte da equipe que coordenou as campanhas de Lula à Presidência em 1989 e 1994, foi ministro das Relações Institucionais no segundo governo Lula, entre 2009 e 2010, e titular da Saúde entre 2011 e 2014 na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Foi secretário municipal de Saúde de São Paulo entre 2015 e 2016, durante o mandato de Fernando Haddad, e, em 2018, disputou pela primeira vez uma vaga no Legislativo e sendo eleito deputado federal naquele ano e reeleito em 2022. Padilha tem 51 anos, é formado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas e tem especialização em infectologia pela Universidade de São Paulo.

    • À frente do Ministério da Saúde durante o governo Dilma, Padilha lançou o Mais Médicos, programa que buscava atrair profissionais de saúde para locais remotos do país e que vigorou entre 2013 e 2019.
    • Em 2014, chegou a se candidatar ao governo de São Paulo, mas ficou em terceiro lugar na disputa, vencida por Geraldo Alckmin (então PSDB, hoje PSB), hoje vice de Lula.
    • Durante a gestão Bolsonaro, a área de Relações Institucionais perdeu destaque e passou a operar como uma assessoria especial que dava assistência ao Ministério da Economia na coordenação política e na relação com o Congresso. Agora, volta a ser secretaria com status de ministério.

    Atualizado em: 23 Dez 2022

  • Trabalho
    Regulamentação e fiscalização das relações trabalhistas

    Órgão responsável por políticas para a geração de emprego e apoio aos trabalhadores. Cabe à pasta definir as políticas salariais, regulamentar as relações de trabalho e fiscalizar os locais de trabalho, além de combater os trabalhos infantil e análogo à escravidão.

    É a segunda vez que o petista ocupará o cargo, após chefiar a pasta em 2005, durante o primeiro governo Lula. Também foi ministro da Previdência Social (2007 a 2008) na segunda gestão do presidente eleito. Nascido em Cosmorama (SP), o futuro ministro foi lavrador em sua terra natal antes de migrar para São Bernardo do Campo, onde foi operador de máquinas da Volkswagen nos anos 1970. Fez carreira como sindicalista e presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC de 1996 a 2003. Entre 2003 e 2004, foi presidente da Central Única dos Trabalhadores. Foi prefeito de São Bernardo do Campo por dois mandatos, entre 2009 e 2017. Candidatou-se a governador de São Paulo em 2018, mas ficou em quarto lugar. Nas últimas eleições, elegeu-se deputado federal. É o atual presidente do diretório estadual do PT em São Paulo.

    • O Ministério do Trabalho foi criado em 1930 por Getúlio Vargas. Foi uma das suas primeiras iniciativas após assumir o governo por meio de um golpe.
    • A pasta foi extinta e incorporada à Economia no governo Bolsonaro, mas recuperou o status de ministério em 2021.
    • Em 2018, Marinho foi acusado pelo Ministério Público Federal de fraude à licitação da obra de construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. Ele foi inocentado pela Justiça.

    Atualizado em: 15 Dez 2022

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