DOHA (CATAR) – Não, isto não é uma contestação de resultado, como parece ter se tornado comum por aí. Ao contrário, a vitória da França por 2 a 0 em cima de Marrocos é o resultado que mais reflete a realidade, mas que não é capaz de diminuir em nada a festa e o orgulho da torcida marroquina.
Nem mesmo o gol precoce de Hernandez, logo aos 5 minutos do primeiro tempo conseguiu calar os milhares de torcedores africanos que eram maioria absoluta dos 68.294 torcedores presentes ao Estádio Al Bayt. Orgulhosos e vivendo um sonho, promoviam uma atmosfera completamente desfavorável à equipe de Mbappé, Giroud, Griezman e companhia.
Os marroquinos, nas arquibancadas, empurravam os compatriotas dentro das quatro linhas a não desistir um minuto sequer. Nem mesmo com El Yamiq acertando a trave após uma belíssima bicicleta, que se tornou o ‘quase gol’ mais belo do mundial.
Após o segundo gol francês, com Kolo Muani, aos 34 minutos da etapa final, mesmo sabendo que o resultado, àquela altura, era irreversível, os cânticos não paravam. O barulho até diminuiu um pouco, afinal ninguém é de ferro. Mas, bastou o apito final, para todo aquele orgulho vir à tona de novo.
Enquanto os jogadores estavam caídos no campo do Al Bayt, a torcida os exaltava. Os cânticos em àrabe eram difíceis de entender, mas certamente a mensagem era universal: o que eles fizeram, nesta Copa do Mundo, já entrou para a história do futebol africano e mundial.
Marrocos é a primeira seleção africana a terminar entre as quatro melhores de uma Copa. Também é o primeiro país de maioria árabe a alcançar o mesmo feito. Eliminou seleções poderosíssimas e que figuravam entre as favoritas, como Bélgica, Espanha e até Portugal.
Ganhou a torcida de 22 nações árabes, mais de 360 milhões de pessoas, fora a simpatia dos tantos torcedores do mundo inteiro. Sim, Marrocos perdeu dentro de campo. Mas, fora dele, só ganhou.
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Fonte: Folha PE