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A doença é curável, mas pode matar se não for tratada adequadamente. Na capital pernambucana, o diagnóstico e o tratamento é disponibilizado nas unidades de saúde da Rede Municipal. (Foto: Arquivo PCR)
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que, apesar de ser evitável e curável, atingiu, em 2021, 10,6 milhões pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil figura entre os 22 países com maior incidência da doença, sendo, portanto, considerado prioritário para o seu controle. Neste Dia Nacional do Combate à Tuberculose, celebrado na próxima quinta-feira (17), a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife aproveita para chamar atenção da população em relação ao diagnóstico precoce e a importância do tratamento da enfermidade.
A tuberculose é causada pela bactéria Bacilo de Koch e é mais comum no pulmão, mas também pode afetar ossos, rins, olhos, meninges, pele etc. A doença é transmitida por vias aéreas, pela fala, tosse ou espirro da pessoa com a doença ativa. Os sintomas são tosse por mais de três semanas, que pode ser acompanhada por febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.
A doença é curável, mas pode matar se não for tratada adequadamente. De acordo com o Ministério da Saúde, cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata pode infectar, em média, 10 a 15 pessoas por ano. No Recife, durante todo o ano de 2021 foram diagnosticados 1.635 casos novos de tuberculose. Desse total, 53,1% chegaram à cura, enquanto 12,4% abandonaram o tratamento. Em 2022, até outubro, a cidade registrou 1.468 casos da doença.
“Por causa da pandemia de covid-19, a situação epidemiológica da tuberculose foi agravada não apenas no Brasil, mas também no mundo. Por isso, é de suma importância que os pacientes que apresentarem sintomas sugestivos busquem uma unidade de saúde, seja avaliado por um profissional e realize a baciloscopia direta do escarro, que é o principal exame para diagnosticar a doença. Caso seja confirmado, é preciso iniciar o tratamento o mais rápido possível”, explica a coordenadora de Programa Municipal de Controle da Tuberculose do Recife, Monica Simplicio.
Os residentes da capital pernambucana que apresentarem sintomas da doença devem se dirigir à unidade de saúde mais próxima de casa. Confirmando o diagnóstico, o tratamento será disponibilizado, gratuitamente, na Unidade de Saúde de sua referência. “Esse paciente precisa saber que o tratamento, que consiste no uso de antibióticos, é longo, com uma duração média de seis meses, que não deve ser interrompido quando os sintomas cessarem. A tuberculose é uma doença grave, que tem cura, mas que pode matar se não for tratada adequadamente”, completa Mônica.
A vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente em mais de 150 salas de vacina da rede pública de saúde, auxilia na prevenção das formas mais graves de tuberculose nas crianças. Para os casos de tuberculose em crianças, o atendimento com o pneumologista pediátrico é ofertado na Central de Alergologia, no bairro de Santo Amaro.
Já nos casos em que há a necessidade de atendimento pelo pneumologista (casos de pacientes que possuam algum outro problema de saúde que pode interferir no tratamento), a Sesau conta com sete unidades de referência em todo o território: nas Policlínicas Gouveia de Barros, na Boa Vista; Albert Sabin, na Tamarineira; Lessa de Andrade, na Madalena; Agamenon Magalhães, em Afogados; do Pina, no bairro de mesmo nome; Clementino Fraga, no Vasco da Gama; e no Centro de Saúde Romildo Gomes, na Imbiribeira.
Recife foi a primeira cidade do País a implementar uma Linha de Cuidado ao Paciente com Tuberculose, em 2019. O documento uniformiza os protocolos e diretrizes presentes no Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, do Ministério da Saúde, e apresenta aos profissionais do município os fluxos assistenciais para as ações de monitoramento da tuberculose na rede municipal de saúde.
AÇÕES – Para marcar a data, entre os dias 21 e 28 deste mês, a Secretaria de Saúde do Recife vai realizar uma capacitação voltada para os médicos e enfermeiros da Atenção Básica dos oito distritos sanitários. O workshop “A tuberculose como problema de saúde pública: um olhar clínico para o manejo pediátrico e infecção latente” vai abordar a infecção latente com ênfase no tratamento da rifapentina com isoniazida e o diagnóstico e tratamento da tuberculose em crianças.
Além disso, no dia 23, das 7h às 9h, haverá uma ação de mobilização na Praça do Derby com distribuição de materiais informativos sobre a doença. O evento será realizado em parceria com o Comitê Pernambucano de Mobilização Social para o Controle da Tuberculose e a Secretaria Estadual de Saúde.
