Trabalhadores fugiram da maior fábrica de montagem de iPhones da Apple na China devido a um lockdown rígido imposto por causa de um surto de covid no local de trabalho.
O vídeo compartilhado na internet mostra cerca de 10 pessoas desesperadas pulando uma cerca do lado de fora da fábrica, de propriedade da fabricante Foxconn, na capital da província central chinesa de Henan, Zhengzhou.
A população da China está enfrentando uma política rígida de lockdown imposta pelo governo do presidente Xi Jinping.
Ainda não está claro quantos casos de covid foram diagnosticados na fábrica.
No entanto, na semana passada, a cidade de Zhengzhou detectou 167 infecções comunitárias — acima das 97 da semana anterior, segundo a agência de notícias Reuters.
A cidade de cerca de 10 milhões de pessoas está em lockdown parcial por causa disso.
A Foxconn, que atua como fornecedora da Apple, com sede nos EUA, tem centenas de milhares de trabalhadores em seu complexo de Zhengzhou.
A empresa afirmou no domingo que não impediria seus trabalhadores de deixar a fábrica.
No entanto, imagens compartilhadas nas mídias sociais chinesas e pelo correspondente da BBC na China, Stephen McDonnell, mostram trabalhadores fugindo do local e iniciando longas caminhadas de volta às suas cidades natais, evitando o transporte público.
Um trabalhador de 22 anos, de sobrenome Xia, disse ao jornal Financial Times que os dormitórios da empresa estavam “em caos total”, com pessoas mantidas em confinamentos. “Nós pulamos uma cerca de plástico e uma cerca de metal para sair do local”, disse.
Os trabalhadores também alegaram que a área ao redor da fábrica estava fechada há dias, com os trabalhadores que testaram positivo para covid mantidos em quarentena.
Na semana passada, em 19 de outubro, a Foxconn fechou todos os refeitórios da fábrica de Zhengzhou, e passou a exigir que seus trabalhadores fizessem refeições em seus quartos.
A empresa disse que manteria sua “produção normal” dos modelos mais recentes do iPhone 14.
“O governo concordou em retomar as refeições no local para melhorar a conveniência e a satisfação da vida dos funcionários”, disse a Foxconn em um comunicado no domingo (30/10).
O comunicado diz que a empresa está cooperando com o governo para organizar a saída de funcionários que querem deixar a fábrica.
A BBC entrou em contato com a Foxconn, mas ainda não obteve retorno.
Por causa da rígida política de covid da China, as cidades receberam poderes especiais para agir rapidamente contra qualquer surto do vírus. Isso inclui desde lockdowns a exigência de testes da população e restrições de viagem.
Muitos esperavam que o presidente Xi fosse abandonar a legislação ainda este ano, mas no recente 20º Congresso do Partido Comunista, ele deixou claro que é improvável que isso aconteça tão cedo.
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