O treinador da Chapecoense, Gilmar Dal Pozzo, venceu nesta quarta-feira (19) em ação na justiça contra o Náutico pelo pagamento da multa rescisória de R$ 500 mil prevista em contrato após sua demissão em 2020, além de outros direitos trabalhistas.
De acordo com a decisão publicada e assinada pela juíza substituta da 13ª vara do trabalho do Recife, Sarah Yolanda Alves de Souza Villaça, o valor total a ser pago a Dal Pozzo, ainda sem sofrer reajustes, é de R$ 635.310,00. No entanto, a defesa do técnico não conseguiu o pagamento de R$ 60 mil em danos morais, além de duas multas trabalhistas, que somadas, chegavam a aproximadamente R$ 113 mil.
“Nós não ganhamos a condenação do Náutico em relação aos danos morais, e iremos recorrer. Da nossa parte, já estamos fazendo o recurso”, disse a advogada Mariju Maciel, que representa o treinador.
Gilmar Dal Pozzo chegou ao Náutico em 2019, passando um ano e três meses à frente do time, com um aproveitamento de 60% em 42 jogos, e conquistando o acesso à Série B. Na temporada 2020, deixou o comando logo no início da disputa do Brasileiro, após empate contra o Operário.
A diretoria alvirrubra, no entanto, informou em nota oficial que não havia desligado o treinador, apenas o transferido para a equipe sub-23 do clube – o que faria Dal Pozzo precisar pagar a multa rescisória de R$ 500 mil por abandonar o cargo.
“O Náutico mandou o Gilmar embora sem que o jurídico visse o contrato. Quando viram que tinha uma multa de R$ 500 mil, tentaram que ele abrisse mão dessa multa. Como o Gilmar não abriu, o Náutico disse que não tinha mandado ele embora, disse que tinha baixado ele para uma categoria sub-23, o que não era verdade, porque sequer existia essa categoria no Náutico à época”, disse a advogada do treinador, em argumento reconhecido pela juíza.
“O que se ganhou agora foi o reconhecimento pela justiça de que o Náutico efetivamente mandou ele embora, e que tem que pagar a multa de 500 mil reais”, completou.
Segundo o vice-presidente jurídico do Náutico, Luiz Gayão, o clube irá recorrer. “Ganhamos metade do processo. O que está em questão é se foi por justa causa”, disse, em rápido contato com a reportagem.
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Fonte: Folha PE