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Diretor de clube onde Seu Jorge sofreu racismo critica roupa do cantor: ‘Chegou com aquele moletom’

Após os ataques racistas contra o cantor Seu Jorge na última sexta-feira, o presidente do Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, onde ocorreu o evento, enviou uma declaração sobre o caso à diretoria do clube. No áudio, que vazou e circulou pelas redes sociais, o diretor Paulo Bing diz ter ficado “chocado” com “o jeito como o artista estava vestido” e o acusa de usar substâncias ilícitas no palco.

Ao GLOBO, Bing confirmou a autoria da gravação e disse não saber quem divulgou o conteúdo. De acordo com ele, a fala ocorreu no sábado, após descobrir as repercussões do ocorrido nas redes sociais. No áudio, porém, o presidente diz ser “domingo de manhã”. Ele afirmou, ainda, ter ficado “bastante impactado” e que, “no calor da emoção”, é possível ter cometido “algum equívoco”.

“Até então, o que tínhamos era a repercussão pelas mídias sociais. Tomando conhecimento daquilo, a gente fica bastante impactado. Divulguei um vídeo interno para a minha diretoria, (mas) alguém acabou vazando, não sei porquê. O fato é que, no calor da emoção, a gente pode cometer algum equívoco”, disse Bing.

Na gravação, o diretor criticou a roupa usada por Seu Jorge. “Eu fiquei chocado com o jeito como o nosso artista, (que é) super competente, um cantor inigualável, com a voz que ele tem, chegou. O material de divulgação que nos forneceram era o Seu Jorge com um terno, uma roupa bem aprazível. E ele chegou com aquele moletom, desassociado com o clima do evento”, comentou.

Manifestações políticas

Paulo Bing também citou que, no contrato do show, era vedada qualquer “apologia política” durante a apresentação. De acordo com os sócios que estavam no evento, o caso teve início após o músico ter feito o sinal de “L” com as mãos, símbolo de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O que me parece que acontece é que ele fez um sinal político, de um ‘L’, que está fotografado e documentado. Mas eu preciso ter o contexto disso para ver por parte de quem teria começado”, declarou o presidente do clube, que ainda classificou as denúncias que circularam nas redes sociais como feitas por “pessoas medíocres”.

“As notícias do WhatsApp são de pessoas medíocres, que querem ganhar notoriedade. Eu sei que por trás deles tem pessoas maiores, que estão querendo tirar aproveitamento político do episódio”. Ao final da gravação, Bing conclui que não vai “sair por aí batendo boca com desqualificado”.

Presidente sugere que Seu Jorge usou substâncias ilícitas

Ainda no áudio que foi divulgado, Bing ressalta que só iria se manifestar quando tivesse “os elementos necessários”. Apesar disso, o presidente comenta que teria havido uma “falta de decoro e respeito” de Seu Jorge com o público pela “maneira como ele veio trajado, que não era adequada”. Quanto a isso, o presidente emenda com a justificativa: “mas é artista, né”.

“O público estava 100% na mão dele, cantando com ele. O pessoal não ficou sentado nas mesas, em uma posição aristocrática, mas foi lá compartilhar com ele. Ao que me parece, foi uma falta de decoro e respeito dele. E, depois disso, fumando no palco. Disseram, (inclusive), que era uma outra substância”, afirmou Bing.

Senado manifesta solidariedade a Seu Jorge

Nesta terça-feira, o Senado realizou um “voto de solidariedade” ao cantor Seu Jorge. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do voto, disse que “o racismo é uma prática diária incrustrada, infelizmente, na sociedade brasileira”. Na ocasião, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, comemorou a iniciativa de Paim e manifestou o mais “absoluto repúdio a esse episódio”.

“Ser vítima de racismo é algo intolerável para Seu Jorge, para qualquer brasileiro, para qualquer brasileira, para qualquer ser humano. Fico muito feliz de ouvir que esse Senado tem sido transformador na luta contra racismo no Brasil, não só com votos, com ações, com falas, com pronunciamentos, mas com medidas efetivas, com aprovação de projetos que visam mudar essa realidade” concluiu Pacheco.

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Fonte: Folha PE

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