Rodoviários bloquearam trechos de vias do Centro do Recife, na manhã desta terça-feira (13), em protesto contra as condições de trabalho. A manifestação começou por volta das 7h30 e acabou cerca de duas horas e meia depois, às 10h.
Os ônibus ficaram estacionados na rua do Sol, na avenida Guararapes e na ponte Duarte Coelho, bem como na avenida Conde da Boa Vista, nas proximidades da rua da Aurora.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informou que agentes e orientadores de trânsito foram ao local para auxiliar na mobilidade.
Segundo o presidente do sindicato, Aldo Lima, a reivindicação buscou mostrar os riscos ao profissional de transporte. “Queremos alertar para a fiscalização das péssimas condições de uso dos ônibus, com freio ruim, direção quebrada, totalmente sucateados. Os motoristas estão sendo obrigados a dirigir ônibus quebrado, correndo risco de vida para eles e a população. O nosso caminho é denunciar e alertar a população”, disse.
Aldo conta ainda que um dos motivos é uma nova portaria do Grande Recife que estabelece troco máximo de R$ 50, o que para a categoria é uma contradição.
“A dupla função é um retrocesso. Antes o troco máximo era de R$ 20,00 e isso é contra o que eles diziam de que não havia circulação de dinheiro nos ônibus porque nem toda população utiliza o cartão e isso é uma prova disso. Aumentar esse valor é ruim porque o motorista não recebe R$ 1 das empresas e se não passar o troco chega a ser punido”, declarou.
Respostas
Em nota enviada no final da manhã, o Grande Recife Consórcio disse que “recebeu com surpresa o protesto dos motoristas”. O consórcio alegou que o Conselho de Transporte Metropolitano (CTM) solicitou em documento enviado na tarde de segunda-feira (12) debate sobre questões relacionadas à categoria.
Sobre o aumento da limitação de troco para R$ 50, o consórcio disse que a medida “atende a uma demanda do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que pede adoção de medida para facilitar o troco para os usuários”.
“As demais questões levantadas pelos rodoviários serão tratadas no encontro com a classe”, completou o comunicado.
A Urbana-PE, sindicato das empresas de ônibus, disse que o sindicato “mais uma vez promove uma paralisação do serviço de transporte por ônibus sem buscar qualquer diálogo prévio”. “As soluções para o nosso sistema de transporte púbico devem ser construídas coletivamente, e não por meio de ações que prejudicam a população e a economia local”, afirmou a entidade.
Sobre a questão do novo troco máximo, a Urbana-PE citou que, atualmente, “apenas 8% dos embarques são realizados com pagamento em dinheiro”. “A tendência é de redução deste percentual por conta da ampliação do uso dos cartões VEM, seja decorrente das integrações temporais ou dos benefícios tarifários e operacionais”, completou a nota.
“A Urbana-PE esclarece ainda que todos os ônibus passam por inspeções diárias e revisões periódicas quando são checados os aspectos operacionais, de acessibilidade e segurança dos veículos, além das vistorias realizadas pelo órgão gestor, e que as empresas têm realizado a renovação da frota de acordo com o planejamento definido para custeio do sistema”, finalizou o texto da entidade.
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