MONTAGEM R7/ REPRODUÇÃO INSTAGRAM @DRGLAUCIOBOECHAT
Na última quarta-feira (31), o cirurgião-geral Glaucio Boechat, de 45 anos, estava trabalhando no Hospital São José do Avaí, na cidade de Itaperuna, no Rio Janeiro. Era um dia normal e corrido, até que deu entrada pela emergência uma mulher, também de 45 anos, com queixas de dificuldade para respirar.
A paciente, que aparentemente era obesa, foi levada diretamente para a UTI (unidade de tratamento intensivo) e passou por uma série de exames para descobrir qual era o problema que a impedia de respirar.
“A tomografia mostrou essa massa gigante. Se não operássemos, ela não ia conseguir respirar e nós optamos por fazer a cirurgia e ressecar essa massa. Era gigante, pesamos e tinha 46 kg”, explica o médico.
Nem ela e nem os familiares imaginavam que o ganho de peso não era obesidade e sim um tumor que se formou no abdômen da mulher, que corria risco de morrer.
“Na verdade, ela achou que estava ganhando peso, engordando. Só que de um mês para cá, começou a apresentar falta de ar, porque o tumor cresceu muito e ela não conseguia respirar. Se não operasse ela ia morrer, podia morrer até dormindo”, conta Boechat.
De acordo com os relatos da paciente para a equipe médica, o ganho de peso começou a ser notado nos últimos cinco anos. “Acredito que tem mais ou menos uns cinco seis anos de crescimento esse tumor”, calcula o cirurgião.
Além de tirar a massa enorme, os médicos retiraram o útero e os dois ovários da mulher. Pela cirurgia, Glaucio acredita que o tumor começou no útero, mas só com o resultado da biópsia será confirmado o local exato em que o problema teve início e se é benigno ou maligno. O resultado do exame deve sair em até 20 dias.
Durante a cirurgia, que durou cerca de duas horas, fizeram parte da equipe médica três anestesistas, dois residentes de cirurgia e quatro auxiliares de enfermagem e o cirurgião. Os médicos conseguiram retirar todo o tumor, mas durante a cirurgia a mulher precisou receber transfusão de sangue.
“O tumor estava comprimindo todos os órgãos do abdômen e ela estava com anemia muito grande, pelo consumo mesmo sangue da massa. Tivemos de repor sangue antes, durante e depois da cirurgia, mas conseguimos retirar toda a massa tumoral”, comemora Boechat.
Ela se recupera bem, segue internada na UTI, mas está fora do respirador e já está se alimentando normalmente. “Ela está melhorando aos pouquinhos, melhor do que esperávamos”, celebra o médico que até já estuda a alta médica.
“É complicado prevermos a alta, o tempo vai depender da evolução da paciente. Mas, continuando assim, ela tem alta para o quarto e até segunda ou terça-feira ela pode ter alta para casa, se continuar tudo bem.”
Glaucio tem 22 anos de profissão, atua há 20 anos como cirurgião geral e há 12 faz parte do corpo clínico do Hospital São José do Avaí e garante que nunca tinha passado por situação parecida. “Nunca tinha visto um tumor desse tamanho!”.