Wellington Carneiro é candidato a governador de Pernambuco pelo PTB, que tem Roberto Jefferson como candidato à Presidência da República. O postulante ao Palácio das Princesas, a despeito disso, apoia o presidente Jair Bolsonaro em sua corrida pela reeleição. Wellington esclarece que esse apoio se dá com a total concordância de Jefferson.
Na condição de presidente do PTB-PE, Wellington participou de duas reuniões recentes com todos os dirigentes estaduais da sigla, quando o presidente nacional do partido reiterou que “os Estados estão totalmente livres para apoiar quem quiserem”. Wellington lembra que “há situações onde o PL e o PTB estão coligados nos Estados”.
Ele indaga: “E aí? Como é que fica? São dois presidenciáveis. Ele deixou muito livre”. Em Pernambuco, o palanque oficial do presidente da República é encabeçado pelo ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, do PL, com quem Wellington diz haver “mais divergências do que convergências”, o que inviabilizou uma aliança.
Independente disso, ele explica, Roberto Jefferson “vem e lança sua candidatura com intuito de estar lado a lado com o presidente, para junto a ele defender as pautas conservadoras”. Roberto Jefferson é investigado no inquérito que apura as milícias digitais e se encontra em prisão domiciliar.
Ele já foi preso anteriormente após admitir ter recebido dinheiro de “caixa 2” e vantagens indevidas de empresas privadas e órgãos públicos, quando confessou ter participado do esquema do mensalão, foi preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Wellingnton, que foi o entrevistado desta quinta-feira (18) na série de sabatinas da Rádio Folha FM 96,7, descarta que essa condição de Jefferson possa soar contraditória ao eleitor. “Acho que isso é bem noticiado já. O eleitor ele tem essas informações na mão. Acho que o presidente Roberto Jefferson ele já pagou pelos erros naquilo que, de fato, cometeu”.
Na esteira, Wellington argumenta ainda em favor do dirigente nacional que ele “foi um dos homens que, talvez, mais tenha beneficiado a nação nesse sentido”. E emenda: “Porque ele traz à tona um escândalo que envolvia dirigentes de partidos do País inteiro. E não era um partido ou dois. Havia, ali, muitos partidos envolvidos, muitos medalhões da política e a gente tem que ver que isso foi possível porque, de fato, ele fez a delação, ele entregou toda essa turma, e a parte dele ele cumpriu”.
Para Wellington, “a questão da prisão domiciliar dele hoje é um crime que não está tipificado no ordenamento jurídico brasileiro”. Então, ele deixa uma interrogação:
“Qual é a ameaça que o presidente Roberto Jefferson, de fato, faz ao País? Me perdoe, o excesso, aí, do Judiciário é latente”.
“Sou pastor, ele se rotula evangélico”
Em comum com Anderson Ferreira, Wellington Carneiro diz ter alguns pontos, “como a defesa do presidente Jair Bolsonaro, a questão do nosso público, de modo geral”. Faz, no entanto, uma ressalva: “Eu sou pastor, ele se rotula evangélico. E, aí, não vou entrar nesse mérito, mas acho que aqui se envolve muito mais do que isso. Acho que é questão de gestão, eu tenho uma visão e ele tem outra. E, nessa visão, a gente não casa”.
À mesa – Wellington chegou a ser procurado por Anderson Ferreira. “Eu fui procurado, eu sentei para conversar com todo mundo. Eu sou um cara que não tenho dificuldade nenhuma de sentar com quem quer que seja. Agora, na hora de firmar uma aliança, aí, meus critérios são mais rigorosos”. Para Wellington, “sentar com alguém para conversar é urbanidade, educação”.
Poder de fogo – Sobre o peso do eleitorado evangélico, Wellington Carneiro admite que esse público “é decisivo”. “Temos um terço da população, que se declara cristão, evangélico. Então, é um público decisivo. E a gente tem poder de fogo, sim, para…
Veja também
Publicidade Legal – 19 de Agosto de 2022 – Editais e balanços
SportClaudinei isenta Saulo de culpa no gol da derrota e não poupa críticas ao gramado do Tombense
Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo