A Polícia Civil do Estado (PCPE) investiga uma ex-funcionária da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) suspeita de desviar mais de R$ 1,2 milhão em fraude na folha de pagamentos da empresa.
A mulher, que não teve o nome divulgado, e outras três pessoas favorecidas pelo crime, foram alvos da Operação Hidrómetro, que cumpriu, na manhã desta quinta-feira (21), quatro mandados de busca e apreensão domiciliar no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
Segundo a PCPE, durante as investigações, iniciadas em março deste ano a pedido da própria Compesa, foi confirmado que a mulher acessava os cadastros dos colaboradores da Compesa, aumentava o próprio salário e incluía, na folha de pagamento, pessoas que não faziam mais parte do quadro de funcionários.
“A Compesa informou que essa funcionária tenha a função de confeccionar a folha de pagamento. Ela ganhava em torno de R$ 7 mil, mas tinha mês que recebia o dobro ou até o triplo, e inseria no contra-cheque valores que não tinha direito, como diárias e verbas indenizatórias”, informou o titular da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, delegado Diego Pinheiro, que investiga o caso.
Além da funcionária, a polícia identificou que duas pessoas ligadas a ela e uma outra prestadora de serviços da empresa também estão envolvidos na fraude.
“Ela adulterou o cadastro de dois ex-prestadores de serviço da Compesa e colocou informações de duas pessoas ligadas a ela. Tinha meses que essas duas pessoas recebiam R$ 30 mil. Elas sacavam o dinheiro e repassavam para a suspeita”, afirmou o delegado.
Nos endereços visitados durante a operação, que contou com a participação de 30 policiais civis, foram apreendidos documentos, celulares e notebooks. O material foi levado para o Complexo Policial de Olinda, na Região Metropolitana.
Operação Hidrómetro. Foto: Divulgação/PCPE
O delegado Diego Pinheiro disse, ainda, que, durante depoimento, a funcionária e os demais envolvidos confessaram o crime. “A mulher alegou que estava passando por um momento de dificuldade e que viu facilidade [em cometer o crime] por fazer a folha de pagamento”, informou.
A polícia informou, também, que a mulher atua no cargo desde 2018, o que pode indicar que o prejuízo seja ainda maior, já que a quantia anunciada é referente a investigação do período de 2021 a 2022. “Acreditamos que esse valor de R$ 1,2 milhão pode até ter sido maior, o dobro ou o triplo. A investigação vai analisar onde o dinheiro foi parar”.
Os envolvidos estão sendo investigados por peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A justiça também determinou o sequestro de bens e valores da suspeita.
O que diz a Compesa
Por meio de nota, a Compesa informou que o controle interno da companhia identificou, no início do primeiro semestre de 2022, irregularidades na folha de pagamento e que, imediatamente, instaurou sindicância interna para apurar o fato e notificou a Polícia Civil para as devidas apurações.
“O procedimento interno foi concluído em maio de 2022 e a funcionária envolvida foi demitida por justa causa, bem como ajuizada ação para reparação aos cofres públicos”, informou a nota.
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