Embora diante de um cenário menos severo do que nos ciclos anteriores, a transmissão da Covid-19 mantém a tendência de alta verificada nas últimas semanas em Pernambuco. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, no boletim desta quarta-feira (15), a confirmação de 1.557 novos casos da doença no período de 24 horas, batendo mais um recorde de infecções diárias desde o surto passado, no começo do ano. A imensa maioria das notificações, no entanto, é de quadros leves.
De acordo com a SES-PE, das mais de 1.500 ocorrências, 11 eram Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), correspondendo a 0,7% do total. As infecções sem gravidade totalizaram 1.546 diagnósticos, o que representa 99,3%.
Além disso, foram contabilizadas quatro mortes, de dois homes e duas mulheres de 65 a 87 anos. Três delas ocorreram ainda em 2020 e uma, na última segunda-feira. Com isso, o Estado chega a 950.224 casos confirmados e 2.793 óbitos em mais de dois anos.
Ciclos menos graves
Desde março de 2020, quando a Covid-19 chegou ao Estado, a pandemia segue uma dinâmica de “ondas” de transmissão mais intensa seguidas por ciclos de baixa, o que deve se manter até o fim da crise sanitária. Dessa forma, a tendência é que o atual momento de alta, que ocorre ainda em meio ao período de sazonalidade das doenças respiratórias, não seja tão grave quanto os anteriores.
“Estamos diante de um vírus que consegue driblar o sistema imunológico, reinfectando as pessoas, independentemente de elas estarem vacinadas com uma, duas, três, quatro doses. Felizmente, a vacina vem trazendo uma proteção em relação às gravidades. O número de pacientes com situação de gravidade maior é bem menor e, quando isso acontece, é com pessoas que não têm o esquema vacinal completo”, lembra o infectologista Demetrius Montenegro, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc).
Variantes e uso de máscara
Apesar disso, a Covid-19, assim como outras infecções, incluindo as do Influenza, continua a gerar casos de SRAG e a circulação viral, caso não seja controlada, pode provocar o surgimento de variantes mais agressivas. Por essa razão, o infectologista reforça a necessidade de que as pessoas que tenham deixado de usar máscara voltem a adotar a proteção, como está sendo novamente recomendado pela Secretaria de Saúde.
“Enquanto aparecem essas mutações, como, agora, a da Ômicron BA.4, sendo mais transmissível, mas sem apresentar uma virulência maior, ainda é uma situação que mantém uma certa tranquilidade. Porém, quanto maior for a proliferação do vírus, mais a gente dá chance a ele de desenvolver uma variante que mude esse comportamento”, alerta o médico Demetrius Montenegro.
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