1º/06/2022 – O 3º Simpósio Internacional do Ministério Público sobre o Futuro da Inteligência Investigativa Forense e Comportamental, organizado pela Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco (ESMP-PE), iniciou, nesta terça-feira (31), com a palestra Análise Comportamental e Detecção de Mentiras em Interrogatórios Forenses, do engenheiro civil e professor especialista em Investigação Criminal da Academia Superior de Polícia do Rio Grande do Sul em Inteligência, Thompson Cardoso.
O evento, que ainda prevê palestras para esta quarta-feira (1º), quinta (2) e terça, quarta e quinta da próxima semana (7, 8 e 9 de junho), visa proporcionar aos integrantes do Ministério Público brasileiro o conhecimento e prática de ferramentas de Inteligência e Análise Comportamental que maximizem suas atividades fins.
Na abertura, o diretor da ESMP, Sílvio Tavares, agradeceu a Thompson Cardoso por mais uma parceria com o MPPE e por compartilhar seu conhecimento com os MPs brasileiros. “É de grande importância que nós, integrantes do Ministério Público, saibamos as técnicas adequadas para buscar a verdade dos fatos, evitando contaminações e filtrando o que traduz a realidade”, comentou Silvio Tavares.
Durante sua explanação, Thompson Cardoso tratou de temas como a análise comportamental e detecção de mentiras sustentáveis, convicções e decisões seguras, identificação e produção probatória sobre as baselines comportamentais dos atores em uma audiência ou no plenário do Júri, foco de atenção para uma eficaz análise comportamental em uma audiência e achados comportamentais para efetiva produção probatória perante o juiz ou os jurados.
“É fundamental observar comportamentos, sejam eles verbais, não verbais e corporais. Olhar as pessoas e tentar saber o que ela pensa”, disse Thompson Cardoso. “É preciso ainda conhecer previamente os depoentes, estudá-los. Pode-se pesquisar seus perfis em redes sociais para saber seus hábitos, valores, histórias de vida”, explicou ele.
Segundo Thompson Cardoso, o promotor de Justiça deve prestar atenção em tudo, ter o domínio dos fatos e formular questionamentos que produzam provas durante a audiência. “Identificar o comportamento mentiroso através da análise de discurso e do gestual é prioritário para se chegar à verdade dos fatos, se o depoimento que está sendo feito faz sentido ou não”, salientou ele. “O promotor de Justiça necessita de preparo técnico para visualizar, contextualizar e inter-relacionar os indicadores do discurso, achar inconsistências e apontar mentiras.”
Thompson Cardoso ainda alertou que as microexpressões corporais traduzem as fragilidades de alguém, pois são reações primárias a qualquer estímulo que produza uma emoção. “O momento em que um depoente é surpreendido por uma evidência gera diversas microexpressões. Mas essas expressões precisam ser avaliadas e compreendidas dentro de todo um contexto”, pontuou.
A palestra foi recheada de casos que exemplificaram as afirmações de Thompson Cardoso.
Próximas palestras – Na quarta-feira (1º), a palestra A Inteligência nas Técnicas de Entrevista e Interrogatório fica a cargo de David Brassanini, líder de investigações operacionais do FBI, que tratará da exposição das técnicas e táticas decorrentes de suas práticas no FBI em entrevistas e interrogatórios nas mais diversas situações vivenciadas em campo, nos contextos de seu curriculum resumido acima.
No dia 2, Rui Mergulhão Mendes, maior autoridade portuguesa em Análise Comportamental Não Verbal, e CEO da Emotional Business Academy de Lisboa, tratará o tema Entrevista Investigativa. No dia 7, será a vez de Thiago Follo Pereira, maior especialista em microexpressões faciais e linguagem corporal do Brasil, com a palestra As microexpressões Faciais produzindo informações incontroversas.
Já em 8 de junho, Leonardo Pereira Faria, psicólogo criminal da Polícia Técnico Científica de Goiás, explanará o tema Criminal Profile na busca da autoria. Finalmente, no dia 9, Bruno Costa, professor da Escola Superior de Polícia e Mentor do Núcleo de Análise Comportamental da PC de Goiás, falará sobre Psicologia Aplicada à Entrevista Investigativa.
Imagem acessível: fundo cinzento com ilustração de um cérebro estilizado com estruturas de triângulos azuis tem ao centro o nome MP