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Estudo conduzido por pesquisador de Pernambuco identifica nova espécie de carrapato

Um estudo de cientistas brasileiros – que tem como autor principal Filipe Dantas Torres, um pesquisador do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) – é responsável por uma descoberta importante para a saúde pública.

Após coletar amostras de carrapatos na região serrana do Rio de Janeiro, o grupo identificou uma nova espécie do microrganismo, adaptada a ambientes frios e capaz de provocar coceira e lesões na pele. Segundo as análises, o parasita, ainda sem nome definido, carrega também um tipo inédito de bactéria.

A pesquisa, publicada nesta semana pela revista científica Acta Tropical, teve início depois que alguns carrapatos foram encontrados por um dos cientistas em uma casa na cidade fluminense de Teresópolis.

Análises genéticas


Trazidas para o Recife, as amostras, à primeira análise, eram parecidas com outra espécie que também parasita humanos e animais: a Ornithodoros mimon. No entanto, um exame genético mais detalhado revelou uma diferença de 10% entre os DNAs dos fragmentos, o que indicava que aquele micro-organismo achado em Teresópolis e o Ornithodoros não são do mesmo tipo.

“Para se ter uma ideia, existem espécies diferentes que têm uma diferença de 2% no material genético. Portanto, esses 10% são bastante significativas”, comenta Dantas Torres.

Mas não foi só no Sudeste do país que o novo carrapato foi identificado. Enquanto os estudos avançavam em Pernambuco, outro grupo de cientistas encontrou o germe, com a mesma sequência de DNA, na Argentina e no Uruguai. A partir de agora, os pesquisadores devem aprofundar, em conjunto, as pesquisas biológicas para poder detalhar as características particulares do microrganismo e, assim, validar a descoberta.

Nova bactéria


Outro achado interessante foi a detecção de uma bactéria. Pertencente ao gênero Rickettsia, o microrganismo, assim como o carrapato que o hospeda, nunca foi descrito antes na literatura acadêmica, segundo análises feitas por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

“Até o momento, não sabemos se ela é patogênica ao homem, causando doenças, mas a maioria das bactérias desse gênero, hoje reconhecidas como patógenos, foram descobertas assim. Primeiro, em carrapatos e, depois, identificadas como agentes de doença”, diz Filipe Dantas Torres.

De toda forma, já se sabe que o próprio carrapato recém-descoberto pode interagir com humanos, provocando inflamações, com coceiras e lesões.

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