Ashleigh Barty: a oitava atleta mais bem paga do mundo e um total de sete torneios em simples conquistados como tenista profissional, além de somar dez títulos em duplas. Ainda muito jovem, a atleta já era um fenômeno e as apostas acerca de seu futuro eram promissoras. No entanto, ela chocou o mundo ao anunciar que deixaria as quadras. Afinal, o que sua aposentadoria nos ensina?
Exaustão, desejo emocional e força física: as razões de Ashleigh Barty
Meses após conquistar seu terceiro título de Grand Slam no Aberto da Austrália, a Líder do ranking da WTA decidiu, pela segunda vez, se aposentar das quadras. A primeira vez aconteceu quando adolescente, em 2014, devido ao esgotamento e ao estresse das constantes viagens. No ano seguinte, ela anunciou que iria jogar profissionalmente no críquete, tendo assinado contrato com o Brisbane Heat, time da liga australiana.
Em 2016, ela retornou à turnê de tênis feminino e deu sequência à sua carreira vitoriosa, mas, seis anos depois, os sintomas de esgotamento e estresse, além de não ter mais “força física” ou “desejo emocional”, conforme ela explicou em um vídeo publicado em sua página no Instagram.
Ainda no vídeo, ela demonstra muita tranquilidade com sua decisão.
“Dei absolutamente tudo de mim a este lindo esporte chamado tênis e estou bem feliz com isso. Para mim, isso é sucesso, e sei que as pessoas podem não entender. Tudo bem. Tudo bem, porque, sei que para mim, Ash Barty, uma pessoa com muitos sonhos não necessariamente envolve ficar viajando o mundo”.
Henin, Tostão e Ochoa: outros atletas que aposentaram cedo
Aposentadorias precoces no esporte acontecem com certa frequência, mas, geralmente, acontecem por questões de saúde. Um exemplo é do ex-jogador Tostão, campeão com a Seleção Brasileira em 1970 e craque do Cruzeiro, que abandonou os gramados aos 26 anos após ser diagnosticado com um problema sério nos olhos. Se ele continuasse, segundo os médicos, ele poderia perder a visão.
Os motivos de Ashleigh Barty, por outro lado, escancaram que a decisão de se aposentar não precisa estar, necessariamente, relacionada à idade ou lesões. Justamente pelo fato da aposentadoria estar ligada a tais razões é que muitos estranharam a decisão da atleta, que, por sua vez, pareceu muito convicta de sua decisão.
Afinal ela não tem histórico de lesões, tampouco problemas de questão financeira. Bart apenas entendeu que o tênis era apenas uma parte da sua vida e que a definição de sucesso vai muito além de conquistas.
Quem viveu situação parecida foi Justine Henin, também tenista, que se afastou do esporte quando era líder do ranking da WTA. Em maio de 2008, à época com 25 anos, ela decidiu se aposentar após 61 semanas consecutivas no topo, mas voltou atrás e, dois anos depois, retornou às quadras e chegou à final do Aberto da Austrália de 2010 antes de se afastar definitivamente em 2011.
Lorena Ochoa, jogadora de golfe, é outro exemplo. Ela iniciou sua carreira em 2003 e, em seu primeiro ano, terminou com oito ‘Top 10’ nos torneios que disputou. Quatro anos mais tarde, Ochoa seguiu em ascensão, chegando ao topo do ranking feminino da LPGA e deixando para trás a sueca Annika Sörenstam.
Em 2010, entretanto, tudo mudou: mesmo sendo a golfista número 1 do mundo, a mexicana resolveu se aposentar porque não se sentia mais confortável e gostaria de estar perto da sua família por mais tempo.
Ashleigh Barty encerra sua carreira com 305 vitórias e 102 derrotas em simples totalizando US$ 23,8 milhões de dólares em premiações.
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Fonte: Folha PE