Uma mulher da Califórnia, nos Estados Unidos, confessou ter fingindo seu próprio sequestro, além de ter mentido para as autoridades em 2016.
Sherri Papini, de 39 anos, desapareceu enquanto corria perto de sua casa. Ela reapareceu três semanas depois, no Dia de Ação de Graças. Papini foi encontrada na beira de uma estrada, machucada e amarrada na cintura e nos punhos. A polícia disse que ela também teve o cabelo cortado.
Na época, ela alegou que duas mulheres hispânicas a sequestraram, provocando uma enorme operação de buscas empreendida pela polícia.
Mais tarde, o FBI concluiu que ela estava na casa de um ex-namorado.
O crime rendeu a Papini o apelido de “California’s Gone Girl” – em referência ao filme Garota Exemplar, em que a protagonista executa uma farsa semelhante.
Ainda não está claro o motivo de Papini ter encenado o sequestro, e ela não deu maiores explicações à Justiça. No tribunal, na segunda-feira, ela disse ao juiz que se sentia “muito triste”.
Como parte do acordo para a confissão, os promotores concordaram em recomendar uma sentença entre oito e 14 meses de prisão, muito abaixo dos 25 anos que ela poderia ter enfrentado pelas acusações de fraude e mentira a agentes federais. A sentença será anunciada em julho.
Ela também concordou em pagar US$ 300 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) em multa — parte do valor cobrirá os custos da busca policial e da investigação dos supostos sequestradores.
‘Feriu a si mesma’
Depois de uma exaustiva busca por seus supostos sequestradores, o FBI anunciou em março deste ano ter descoberto que Papini havia encenado todo o caso.
Em uma denúncia criminal de 55 páginas, o FBI afirmou que ela passou o período de desaparecimento na casa de um ex-namorado, com quem ela havia se comunicado usando telefones pré-pagos já em dezembro de 2015.
A denúncia acrescenta que Papini “se machucou para sustentar suas declarações falsas”, às vezes com a ajuda do ex-namorado. “Ela feriu a si mesma para criar hematomas e queimaduras nos braços.”
Embora Papini não tenha detalhado seus motivos para as autoridades, a denúncia do FBI inclui depoimentos de testemunhas de conhecidos de longa data que disseram que ela tem “um histórico de mentiras para chamar atenção”.
O advogado de Papini já havia afirmado que ela sofria de problemas de saúde mental.
Na segunda-feira, Papini afirmou que, desde o incidente, está fazendo tratamento para depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.
O tratamento foi pago com dinheiro de um fundo estatal de compensação a vítimas de violência, valor que agora ela deve devolver como parte de sua multa.
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