Em mais um episódio que escancara o abismo entre a realidade do povo brasileiro e os privilégios de figuras da elite política, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, veio a público pedir dinheiro aos apoiadores para ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro a arcar com os custos de sua defesa jurídica e com as despesas do filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos.
Segundo o próprio Gilson, Bolsonaro já arrecadou cerca de R$ 17 milhões em “vaquinhas” virtuais, e já teria gastado R$ 8 milhões em apenas um ano — uma conta que, se verdadeira, impressiona e revolta. A justificativa seria o pagamento de advogados e despesas pessoais no exterior. Entre os pedidos, estaria incluso o custeio da estadia do filho do ex-presidente nos EUA, onde Eduardo decidiu morar para, segundo ele, “não ser preso”.

Enquanto isso, o trabalhador brasileiro tenta sobreviver com um salário mínimo que mal chega a R$ 1.500, enfrentando inflação, desemprego e serviços públicos precarizados. A narrativa de um “governo perseguido” e de uma “família injustiçada” parece não encontrar eco na realidade dura da maioria dos brasileiros, que não têm a quem recorrer para pagar suas próprias contas.
A indignação tomou conta das redes sociais. Muitos questionam: se Gilson Machado, ex-ministro e empresário do setor hoteleiro, está tão preocupado, por que não vende logo o próprio hotel e doa o valor ao amigo Bolsonaro?
O clamor popular é claro: falta sensibilidade, sobra abuso. Pedir dinheiro ao povo para bancar vida fora do país e defesa de quem já teve acesso às estruturas mais altas do poder é um desrespeito à inteligência coletiva.
É o fim dos tempos — ou, ao menos, o fim da paciência.
Você precisa fazer login para comentar.