A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, determinou que os próximos cinco jogos de Sport e Santa Cruz sejam realizados com portões fechados, penalizando não apenas os clubes, mas também ambulantes, comerciantes, taxistas, motoristas de aplicativo e famílias pernambucanas que dependem do futebol para garantir seu sustento.
A decisão veio de forma abrupta, tomada no final da tarde após a governadora acordar com as notícias da pancadaria que ocorreu a quilômetros dos estádios. Sem dialogar com os principais envolvidos, Raquel Lyra preferiu uma medida generalizada que atinge diretamente milhares de trabalhadores que contam com os dias de jogos para “levar o pão para casa”.
Punição a quem não tem culpa
Os episódios de violência entre torcedores já eram previstos. Um documento que circula na internet mostra que o governo foi previamente alertado sobre os pontos de encontro dos grupos organizados e sobre a necessidade de reforço na segurança pública. No entanto, a resposta do governo veio apenas depois dos incidentes – e de forma punitiva para quem não tem responsabilidade sobre a desordem.
Ao invés de estruturar uma ação efetiva para evitar as brigas, a gestão estadual preferiu adotar uma decisão que impacta negativamente a economia popular, retirando dos trabalhadores a oportunidade de faturamento e empurrando centenas de famílias para ainda mais dificuldades financeiras.
Raquel Lyra solta a mão do povo e segura a dos derrotados nas eleições
O afastamento da governadora da realidade do povo vem se tornando cada vez mais evidente. Enquanto ambulantes, comerciantes e motoristas enfrentam dificuldades, Raquel Lyra segue ampliando sua equipe com políticos que perderam nas urnas e que agora ocupam cargos estratégicos no governo.
Nas redes sociais, a governadora preferiu focar no cachorro batizado por ela de Magno. Apenas “Magno”, e não “Magno Martins” – em uma referência irônica ao jornalista que tem sido um dos principais críticos de sua gestão.
A revolta com a decisão cresce entre torcedores, trabalhadores e representantes dos clubes, que veem a medida como desproporcional e injusta. Enquanto a violência segue sem solução efetiva, quem paga a conta é a população que depende do futebol para viver.