“Até tu Raquel ?”: Raquel Lyra dá um tiro no pé e nomeia 22 ex-prefeitos, contradizendo discurso de austeridade

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), colocou em xeque o próprio discurso de austeridade ao nomear 22 ex-prefeitos para cargos no governo. A decisão, tomada às vésperas do ano eleitoral, gerou fortes críticas e levanta questionamentos sobre os custos dessas nomeações e o real papel que esses ex-gestores terão na administração estadual.

Entre os nomeados está Célia Sales, ex-prefeita de Ipojuca, além de outros ex-mandatários municipais que passaram a integrar diferentes órgãos do governo estadual. Célia vai fazer o que Raquel ? Estamos curiosos !

O eleitor pernambucano, que acompanhou Lyra pregar uma gestão técnica e enxuta, agora se vê diante de uma movimentação política que sugere um claro desvio de rota.

Nomeações estratégicas para garantir base eleitoral?

A proximidade do ano eleitoral de 2026 não passa despercebida. Sem forte apelo popular e enfrentando dificuldades para consolidar sua liderança política no estado, Raquel Lyra parece ter optado por um caminho tradicional: acomodar ex-prefeitos para ampliar sua influência nos municípios pernambucanos.

A nomeação de um número tão expressivo de ex-gestores tem um propósito claro: garantir apoio político e estruturar uma base eleitoral para enfrentar o próximo pleito. No entanto, essa manobra tem sido vista como um retrocesso por aqueles que acreditaram na promessa de renovação e eficiência administrativa feita pela governadora durante a campanha de 2022.

A trapalhada da Casa Civil

O episódio ficou ainda mais constrangedor com a revelação trazida com exclusividade pelo Blog do Ricardo Antunes, de que alguns ex-prefeitos nomeados sequer sabiam que haviam sido indicados para os cargos. Isso expôs falhas no processo e ampliou as suspeitas sobre o real comando do governo.

Ainda segundo o jornalista, Ricardo Antunes, a decisão teria partido do secretário da Casa Civil, que autorizou as nomeações. O nível de envolvimento da própria Raquel Lyra nesse processo ainda não está claro, mas, independentemente disso, o ônus político da medida recai sobre ela. Se a governadora sabia das nomeações, terá que justificar o motivo. Se não sabia, a fragilidade política e administrativa de sua gestão fica ainda mais evidente.

Da austeridade ao inchaço da máquina pública

Desde o início do governo, Raquel Lyra segurou diversas nomeações, defendendo um Estado mais enxuto e eficiente. No entanto, a decisão de acomodar 22 ex-prefeitos joga por terra o que foi construído nos dois primeiros anos de gestão.

O discurso da austeridade, que foi um dos pilares da campanha de Lyra, parece ter ficado para trás diante da necessidade de sobrevivência política. Agora, resta saber qual será o custo dessas nomeações para os cofres públicos e qual será o impacto dessa contradição na avaliação popular da governadora.

Se o objetivo era consolidar uma base eleitoral, o tiro pode ter saído pela culatra. Afinal, o eleitor pernambucano cada vez mais cobra coerência entre discurso e prática. E, neste caso, a contradição ficou evidente.

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