Crédito, Dan Glasser

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A Casa Ward, na Itália

  • Author, Dominic Lutyens
  • Role, BBC Culture*

O ideia de uma “casa passiva” preconiza construções com baixo consumo de energia, projetadas para priorizar a energia solar e atingir uma temperatura interna confortável.

Essa foi uma abordagem recorrente entre os arquitetos finalistas do World Architectural Festival (WAF), evento que inclui prêmios internacionais para profissionais da área.

O diretor do evento, Paul Finch, afirmou à BBC Culture que tem visto “uma preocupação muito maior com a sustentabilidade, refletida também no uso de materiais ecológicos e na adoção de princípios de design de casas passivas”.

Realizado anualmente durante três dias em cidades ao redor do planeta, o festival e seu evento irmão, Inside World Festival of Interiors, oferecem um apanhado global das tendências em arquitetura e design de interiores, respectivamente.

Cerca de 550 profissionais pré-selecionados apresentam seus projetos perante um júri, que inclui arquitetos, designers de interiores e até engenheiros.

O processo de julgamento do evento é atipicamente transparente.

No último dia, os arquitetos pré-selecionados apresentam os seus projetos a outro júri e concorrem aos prêmios de Prédio Internacional do Ano, Paisagismo do Ano, Projeto Futuro do Ano e Interior do Ano.

A próxima edição acontecerá no final do ano em Cingapura.

“Muitas casas têm incorporado uma abordagem criativa aos locais e às suas diversas restrições, transformando dificuldades em oportunidades”, diz Finch.

“Há um interesse maior em se saber quanta energia é gasta na fabricação de materiais”, acrescenta Finch.

“A madeira tornou-se cada vez mais popular devido às suas propriedades de absorção de carbono. Os arquitetos também tendem agora a preferir projetos de modernização, em vez daqueles que envolvem demolição e novas construções.”

A BBC Culture analisa oito projetos apresentados em edições recentes do WAF e do Inside.

1. 19 Waterloo Street, Sydney, Austrália

Crédito, Anson Smart

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A casa em 19 Waterloo Street criada pela SJB em Sydney não superaquece no verão, mas deixa entrar luz no inverno

Vencedora do prêmio WAF para interiores em 2023, esta casa foi projetada pela empresa SJB, com sede em Sydney.

Ela tem uma fachada excêntrica com janelas de tamanhos e espaçamentos irregulares, e um mosaico com materiais reciclados e tijolos quebrados.

As inúmeras aberturas na fachada favorecem a ventilação natural, dispensando a necessidade de ar condicionado.

2. Casa de Pedra Maciça (House of Solid Stone), Jaipur, Índia

Crédito, Barath Ramamrutham

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Em Jaipur, casa foi criada com arenito de uma pedreira próxima

Este projeto recupera um material por muito tempo negligenciado pelos arquitetos locais: o arenito, cujas qualidades robustas e sustentáveis ​​foram ignoradas durante décadas na região.

“Demos a nós mesmos instruções simples: apenas pedra deveria ser usada para a construção. O local parecia mais uma escavação arqueológica do que um canteiro de obras, onde a linha entre o que foi ‘encontrado’ e o que foi ‘feito’ era confusa”, diz Arjun Malik, arquiteto que lidera a Malik Architecture.

Os arquitetos usaram pedra extraída de uma pedreira próxima com ferramentas tradicionais.

A pedra, que tem tons neutros, foi deixada exposta em todo o interior para gerar um efeito homogêneo.

3. Casa Ward, Sarnano, Itália

Crédito, Dan Glasser

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A Casa Ward foi projetada para resistir a tremores de terra

Esta casa de veraneio, propriedade de um casal sueco, resume a tendência atual dos arquitetos de reutilizar materiais existentes encontrados no local.

Neste caso, circunstâncias dramáticas forneceram a matéria-prima: uma casa com vista para as montanhas Sibillini, perto de Sarnano, foi quase reduzida a escombros por um terremoto em 2016.

A nova casa foi projetada pelo arquiteto parisiense Carl Fredrik Svenstedt e sua estrutura de concreto é revestida com os restos da construção original, por dentro e por fora.

Sua forma básica é modelada como uma casa típica, mas com um toque pouco ortodoxo, fazendo com que pareça cortada em segmentos separados.

A casa foi construída para resistir a tremores e sua conexão interior-exterior é reforçada por enormes janelas que emolduram vistas pitorescas, enquanto uma piscina infinita reflete o céu.

4. Galeria residencial Three Spring, Bunurong Land, Austrália

Crédito, Peter Bennets

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O teto abobadado é uma característica marcante da galeria residencial

Esta residência familiar perto de Melbourne, projetada pelos arquitetos locais da KGA Architecture, abriga uma coleção de obras de artistas australianos.

A construção assimétrica possui duas áreas separadas indiretamente conectadas por corredores oblíquos em vez de portas convencionais.

Há uma espetacular biblioteca de pé-direito duplo com janelas altas em arco.

As janelas têm vista para um jardim com enormes piscinas ornamentais.

No interior, uma paleta quente e terrosa (principalmente com tons de ocre, terracota e berinjela) foi escolhida para se integrar às cores naturais da paisagem circundante.

5. Casa LRM, São Paulo, Brasil

Crédito, Fran Parente

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A geométrica casa LRM, do Studio AG Arquitetura em São Paulo, é repleta de luz e tem uma sala aberta

Esta casa retangular e claramente geométrica ocupa um terreno longo e estreito que tem, nas laterais, imóveis imediatamente adjacentes.

O principal objetivo do Studio AG Arquitetura, com sede em São Paulo (SP), foi criar uma sensação de mais espaço, algo que foi conquistado principalmente com a instalação de vidros abundantes e a conexão da casa com um jardim. Também foram contruídos dois andares adicionais.

O longo piso térreo contém uma cozinha, sala de estar e sala de jantar. Um gramado adjacente à sala de jantar leva a uma área coberta para refeições ao ar livre.

No segundo piso estão os quartos e, no terceiro, escritório, academia, sauna e piscina externa.

As janelas foscas do chão ao teto dão privacidade e favorecem a ventilação natural.

6. Casa Mawhitipana, ilha Waiheke, Nova Zelândia

Crédito, Simon Wilson

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A Casa Mawhitipana prioriza um estreito contato dos moradores com a natureza

Os proprietários desta casa de veraneio disseram aos arquitetos do escritório MacKay Curtis, com sede em Wellington, que gostariam de estar em contato direto com a natureza, com áreas ao ar livre para passar mais tempo fora do que dentro de casa.

Situada no alto de uma encosta íngreme, a casa em grande parte revestida de madeira oferece vistas deslumbrantes da Baía de Mawhitipana.

Um deck externo se estende pelo terreno e passa por árvores sem perturbar suas raízes.

As venezianas de madeira com frestas favorecem a ventilação natural e também permitem que o som das ondas da praia adentrem no interior da casa.

7. Apartamento Orla, Rio de Janeiro, Brasil

Crédito, Fran Parente

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Há materiais naturais em todo o Apartamento Orla, no Rio, desenhado pelo Studio Arthur Casas

A impressionante vista panorâmica da praia de Ipanema é um dos principais atrativos deste apartamento.

Os arquitetos do Studio Arthur Casas, com sede em São Paulo (SP), projetaram o imóvel para um casal com dois filhos pequenos.

O uso extensivo de materiais naturais em toda a casa, incluindo pisos de pedra na sala de estar e paredes revestidas de madeira, assim como os tons arenosos, contribuem para criar um ambiente relaxante.

Ao demarcar vistas ao ar livre, essas cores tranquilas ajudam a atrair a atenção para o exterior.

8. Casa da Bandeira (Flag House), Whistler, Canadá

Crédito, Fernando Guerra

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A Flag House fica no Canadá, mas foi projetada por um escritório brasileiro

O brasileiro Studio MK27 projetou a Flag House, uma casa de veraneio em Whistler, no norte de Vancouver.

Seus proprietários tinham visto alguns projetos do MK27 no Brasil e encomendaram para o estúdio o projeto de sua casa.

O estúdio, fundado por Marcio Kogan nos anos 1970, é conhecido por suas casas modernistas adaptadas para um clima tropical.

Mesmo com o clima nada tropical do Canadá, os arquitetos aplicaram um dos seus princípios-chave nesse projeto: estabelecer uma forte conexão entre o interior e o exterior.

A casa horizontal, relativamente baixa, integra-se perfeitamente com a paisagem.

Ela é composta por duas formas quadradas, um posta sobre a outra.

A maior, um espaço habitável com fachada de vidro, é sustentada por uma base revestida de madeira escura; o piso superior parece flutuar sobre essa “caixa inferior”.

*Esta é uma versão editada de um artigo publicado originalmente em inglês na BBC Culture. Para ler a versão original, clique aqui.