Hoje é véspera de Natal

Estamos vivos, comemoramos o aniversário de Jesus a partir de quando nasceu entre nós como filho de Deus para nos salvar. Na verdade, considerando-se o mistério da santíssima Trindade, mistério porque não tem explicação dentro da lógica humana, se os Três, pai, filho e espírito santo, são Um e o Um é os Três, a eternidade de Um não tendo começo nem fim, é qualidade santa dos Demais. Jesus teria sido espírito encarnado como homem com existência anterior indeterminável e pós existência sem fim ao tempo em que foi tangível entre nós.  

A cruz, símbolo reverenciado até hoje entre os cristãos, serviu para punir um inocente que se fez carne sem perder a santidade vindo ao mundo salvar os pecadores. Lembro a passagem bíblica do iminente apedrejamento da mulher adúltera. Os falsos puros, palmatórias do mundo, foram intimados por jesus, só os que não tivessem pecado, a atirar a primeira pedra sobre a pecadora e ninguém a apedrejou. Vemos com muita leviandade o argueiro no olho dos outros e os chamamos de cegos, mas não enxergamos a trave que nos impede de ver a verdade com nossos olhos. A cruz, instrumento de tortura, não derrotou a perenidade do cristo, nem apagou os Seus ensinamentos, Seu exemplo de caridade e de luz. Ele está entre nós, vivo como sempre, continuamos, entretanto, os mesmos pecadores, preocupados com a salvação da alma e sem fazer os deveres de casa. Somos orgulhosos, avarentos, ímpios. Ensurdecemos ao clamor dos famintos, esquecendo de que é preciso repartir o pão. Enceguecemos ante a miséria que nos cerca, dos que vivem ao relento, desempregados e sem teto, as vezes drogados, morrendo de frio nas calçadas públicas. Cristo, divino mestre, fazei-nos mais cristãos do que somos, que ainda não aprendemos ser. O nosso aprendizado tem sido curto! Feliz natal a todos.